Salário-mínimo regional gerou emprego e renda no campo


A agropecuária foi o setor produtivo que gerou mais empregos em 2007. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 5,7 mil novos trabalhadores rurais foram contratados, resultando em um crescimento de 362,1% em relação ao ano anterior
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07/03/2008 - 17:41
Editoria
O reajuste do salário-mínimo do Paraná, anunciado quarta-feira (05) pelo governador Roberto Requião em conjunto com representantes sindicais e secretários de Estado, deve atingir principalmente os trabalhadores rurais, que não têm acordo salarial definido por convenção coletiva de trabalho. O secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nelson Garcia, lembrou que ao contrário das previsões negativas que as federações do setor rural fizeram no lançamento do piso regional em 2006, hoje o reconhecimento do mínimo paranaense prova que o maior salário no campo gera uma série de impactos positivos. Segundo o secretário, quando o governador Requião propôs a criação do piso mínimo regional muitos temeram o aumento no número de demissões no campo, mas foi o tempo que trouxe as respostas. A agropecuária foi o setor que gerou mais empregos em 2007. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 5,7 mil novos trabalhadores rurais foram contratados, resultando em um crescimento de 362,1% em relação ao ano anterior. A criação do piso regional colaborou também para o aumento salarial. Os trabalhadores rurais fecharam o ano como os profissionais com maior aumento salarial relativo, 10,3%. Em 2007, eles receberam um salário médio de R$ 465,82, no ano anterior o rendimento médio foi de R$ 422,33. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Ademir Mueller, disse que o aumento do salário gera impacto direto na família dos trabalhadores do campo, que vai poder gastar mais, consumir mais, viver melhor e ainda vai impulsionar as indústrias que terão que produzir mais para atender toda a demanda. Segundo Muller, a Fetaep ficou bastante satisfeita com a proposta do governo do Estado e vai lutar, juntamente com os sindicatos, para que nenhum empregador pague menos que os R$ 527,00 propostos para a categoria. “Estaremos nos mobilizando para que os deputados aprovem essa proposta. Vamos lutar pela valorização do piso regional”, afirmou. O secretário Nelson Garcia disse que a informalidade é uma das preocupações do Governo do Estado. “O governador Roberto Requião conversou com secretários e com representantes sindicais, e este foi justamente um ponto crucial da discussão sobre o reajuste, encontrar um valor que respeitasse a intenção de criar o maior salário possível com o maior número de carteiras assinadas”, explicou Garcia. O secretário mostrou que a preocupação com a informalidade e a postura do Governo do Paraná quanto aos valores do mínimo regional vêm rendendo bons frutos. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), o nível de emprego formal no Estado registrou aumento de 0,63%, número superior ao da variação nacional, que foi de 0,49%. Além de comemorar o salário, os trabalhadores do campo, e seus empregadores, devem festejar ainda o bom desempenho do setor, disse Garcia. O Paraná deve alcançar em 2008 um novo recorde de produção no campo. Segundo dados da Secretaria do Estado da Agricultura, o Valor Bruto da Produção para 2007 é de R$ 34,5 bilhões, o que corresponde a um crescimento de cerca de 34% em relação a 2006. A safra de grãos, junto com as safras de verão e inverno devem somar 32,4 milhões de toneladas. PISO MÍNIMO REGIONAL: Seis categorias de trabalhadores recebem hoje o salário-mínimo do Paraná. Com o reajuste proposto, os valores vão de R$ 527,00 e R$ 547,80. A proposta será preparada e enviada para a Assembléia Legislativa. Se aprovada passa a valer em 1° de maio e o Paraná terá o maior piso regional do Brasil, sendo 32% maior que o salário-mínimo nacional.

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