Salão Nacional de Cerâmica será aberto dia 30 em Curitiba

Evento tem participação de ceramistas de várias regiões brasileiras
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23/06/2010 - 17:40
Editoria

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A cerimônia de abertura do 3º Salão Nacional de Cerâmica, um dos eventos mais tradicionais do setor no Brasil, organizado a cada dois anos pelo Museu Alfredo Andersen, da Secretaria de Estado da Cultura, acontece na quarta-feira, dia 30, às 20 horas, na Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915).
No local, estarão expostas 194 obras em três categorias: popular, artístico e design. São 131 artistas selecionados das cinco regiões brasileiras. A mostra, que tem entrada gratuita, fica aberta a visitação até o dia 3 de outubro.
Para entender melhor a divisão de categorias no Salão, na cerâmica popular concorrem artistas sem formação técnica, mas que dão continuidade à tradição familiar ou utilizam esta arte como meio de sobrevivência.
Na categoria de design industrial, o artista trabalha com uma escala de produção maior, focando seu objetivo em objetos utilitários.
A cerâmica artística compreende um pouco de cada uma das categorias. O ceramista utiliza a técnica como expressão para compor obras de arte que podem ou não ser utilitárias.
Nos segmentos design em cerâmica e cerâmica artística são contemplados artistas brasileiros ou estrangeiros com projetos inéditos, ou seja, que não concorreram em nenhum outro concurso.
PREMIAÇÃO - A partir desta divisão, o Salão Nacional de Cerâmica distribuiu para cada categoria três prêmios – Governo do Estado do Paraná, Secretaria de Estado da Cultura e Museu Alfredo Andersen - no valor equitativo de R$ 7 mil.
O valor é dividido por dois na categoria design, por conta da separação entre design de atelier e design industrial. E, na categoria popular, com as subdivisões popular-utilitário, folclore e religioso, cada prêmio é dividido por três.
Na terceira edição do Salão de Cerâmica foram premiados os seguintes ceramistas: Carlos Augusto Camargo (RS), Silvio Rodolfo (PR) e, empatados, Marcio Montoril Prado (PR) e Tânia Maria Ritter Resmini (RS) todos na categoria artística
A comissão que cuidou desse segmento explicou que a escolha foi consensual e levou em consideração a autenticidade, criatividade e a maneira como o artista lida com o material e a técnica.
Na categoria design a escolha aconteceu a partir de uma discussão sobre o conceito de desenho para a indústria e para o atelier. Isto é, o que pode ser reproduzido em grande escala e as peças que são mais voltadas para os ateliers, dividindo assim, o prêmio.
Para a comissão, o design deve ter como função melhorar a vida das pessoas. Isto é, a realização de um objeto mais funcional, que simplifique um processo produtivo, economize energia e ainda possa oferecer um novo uso ao material.
Dentro desses critérios, a comissão deixou de lado apenas o aspecto estético e premiou, na categoria Design em Cerâmica para a Produção na Indústria Luis Evers (PR), Priscila Lima Schimitt (PR) e Bruno Batocchio (PR); na categoria Design em Cerâmica para a Produção em Atelier, os artistas Sebastião Pimenta (MG), Carmelita Andrade (MG) e Talitha Monfort Pires (PR).
O segmento popular é dividido nas subcategorias religiosa, decorativa ou utilitária e folclórica. Para os jurados a grande surpresa foi perceber a produção artística que, em alguns casos, utilizava técnicas tradicionais em temas novos, recriados; e, em outros, acontecia o inverso: o uso de técnicas novas em temas tradicionais.
Na seleção final foram premiados na categoria na popular-folclore: Maria Cândido (CE), Maria da Gloria Rocha de Vasconcelos (BA) e Anabel Galdino (PR); e na popular-religioso: Margarete Ordovás (SC), Lucineide (PB) e Raquel Sant’Ana dos Passos (SC); e na popular-utilitário: Murilo Cavalcanti (DF), Ivanilde Sopchenski Santos (PR) e Marcelo de Castro Vieira (BA).
O SALÃO - Para a diretora do MAA, Roseli Fischer Bassler, o Salão instiga a pesquisa e a experimentação entre os ceramistas, e ainda a busca de novas propostas e conhecimento de novas técnicas. O Salão de Cerâmica é realizado pelo Museu Alfredo Andersen desde 1980.
Em 2006, alcançou abrangência nacional, a fim de aumentar o objetivo de divulgar e documentar a arte cerâmica e o design de objetos de argila como matéria-prima – este como forma de expressão funcional e artística.
“Além de custear tamanho empreendimento na área cultural e promover ações da cultura aliada à economia, o propósito é contribuir para a continuidade da tradição e da produção que gera renda ao artesão. E no caso do design, estimular a produção em larga escala para a indústria e em pequena escala para os ateliers artesanais”, explica Roseli.
O Salão Nacional de Cerâmica e o Congresso Nacional de Cerâmica são uma promoção da Secretaria de Estadual da Cultura, Museu Alfredo Andersen em parceria com a Sociedade Amigos de Alfredo Andersen, Mineropar e Provopar.
EVENTOS PARALELOS - Dos dias 1º a 4 de julho acontece o 3º Congresso Nacional de Cerâmica, em paralelo ao Salão, no Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 969). Serão realizadas oficinas e palestras destinadas a ceramistas, artesãos, designers, pesquisadores e demais interessados na área da cerâmica.
No mesmo local e período, é promovida a 4ª Feira Nacional de Arte Cerâmica, em que há a comercialização e intercâmbio entre as produções regionais. Além disso, é possibilitado ao ceramista conhecer empresas que fabricam equipamentos para cerâmica, como refratários, fornos, massa cerâmica, etc.

SERVIÇO:
3º Salão Nacional de Cerâmica
Casa Andrade Muricy
Al. Dr. Muricy, 915 – 3321-4786
Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 19h.
Sábados e domingos das 10h às 16h.
A mostra permanece até o dia 3 de outubro.
Entrada franca.

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