Para aumentar a vida útil do pavimento das rodovias recuperadas no Paraná, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) está implantando o Programa de Qualidade de Usinagem e Aplicação de Misturas Asfálticas. A proposta, em fase de estudos, é buscar a qualidade na produção do CBUQ (concreto betuminoso usinado à quente – ou a mistura do asfalto com as pedras para revestimento das vias). O programa deve ser colocado em prática no mês de setembro, inicialmente em uma das cinco superintendências regionais do DER (Leste, em Curitiba; Campos Gerais, em Ponta Grossa; Norte, em Londrina; Noroeste, em Maringá; e Oeste, em Cascavel). Além de reunir toda a cadeia produtiva, o projeto tem como base a capacitação dos profissionais do órgão. “A idéia é que o trabalho se torne permanente, fiscalizando e cuidando da adequação das usinas de asfalto e também da aplicação das massas na pista. Nossos estudos apontam que falhas nessas duas etapas do processo podem ser extremamente prejudiciais para a qualidade do pavimento”, explicou o secretário dos Transportes e diretor-geral do DER, Rogério Wallbach Tizzot. “Todas as usinas fornecedoras de misturas asfálticas devem ser mapeadas e cadastradas. Depois faremos a verificação e análise das variações da qualidade – da estocagem à compactação da mistura na pista, passando pelo projeto, pela granulometria ou umidade do agregado, temperatura, transporte, entre outros”, detalhou o secretário. Soluções – Na seqüência, para corrigir as deficiências e monitorar os resultados, os proprietários das usinas serão notificados sobre o andamento. Os técnicos farão também visitas aos fabricantes dessas usinas. Serão desenvolvidos manuais de aplicação e deve ser ampliado o monitoramento das técnicas implantadas, respeitando as características geotécnicas de cada região. BOX: Programa de obras do Paraná atrai centro de excelência da Petrobrás O Paraná ganha em breve mais esforços pela qualidade do pavimento das suas rodovias. Curitiba abriga, também a partir de setembro, o quinto Centro de Excelência de Asfalto do país. Coordenado pela Petrobras e envolvendo o DER, a sede dos laboratórios será na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os estudos abrangem o Paraná e Santa Catarina, considerando as peculiaridades dos materiais usados no revestimento das rodovias de cada estado. O planejamento de obras rodoviárias do governo do Estado até 2010 foi decisivo para a escolha da capital paranaense como sede. O DER prevê aplicar R$ 1,034 bilhão nas estradas paranaenses nesses próximos anos. De todos os participantes do Centro, o DER é o maior consumidor do produto fornecido pela Petrobras. Os engenheiros e técnicos do DER e do Tecpar - Instituto de Tecnologia do Paraná passaram um ano coletando dados e listando os setores da cadeia. Representantes dos órgãos rodoviários do Paraná, de Santa Catarina, de prefeituras dos dois Estados, empresas, fabricantes e fornecedores dos componentes do pavimento vão se reunir periodicamente para avaliar os resultados obtidos pelos estudos e experiências do Centro. Estão previstas também consultas aos maiores interessados na qualidade do pavimento: os usuários das rodovias.