Rio Grande do Sul discute integração com a Ferroeste

Governo gaúcho e cerca de cem municípios do Norte e Noroeste do Estado confirmam participação na audiência pública da Ferroeste em Nonoai (RS)
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05/10/2009 - 14:52
Editoria
Acontecerá nesta quinta-feira (8) no município de Nonoai, noroeste do Rio Grande do Sul, a segunda audiência pública da Ferroeste para a apresentação da primeira fase do estudo de viabilidade técnico-econômica e ambiental do novo ramal que ligará o Paraná, pelas regiões do Cantuquiriguaçu e Sudoeste do Estado, a Chapecó, no Oeste catarinense. Cerca de cem prefeituras do Norte e Noroeste gaúcho, dez deputados estaduais e cinco federais, secretários de Estado e representantes do Governo, além da sociedade organizada, já confirmaram participação, segundo o prefeito de Nonoai, João Rubin. ¨O evento atingiu uma dimensão muito grande¨, disse Rubin, ¨está explodindo no Rio Grande do Sul em uma velocidade que não se faz idéia¨. A razão, segundo ele, ¨é a importância do projeto¨ para todo o Norte e Noroeste gaúcho, região que será diretamente beneficiada com a chegada do ramal da Ferroeste ao Oeste de Santa Catarina. O estudo indica que 238 municípios gaúchos, que concentram mais de 50% do PIB (Produto Interno Bruto) daquele Estado, vão entrar na área de influência da ferrovia. Seis associações de municípios apóiam o evento e já confirmaram presença. São as seguintes: Associação dos Municípios da Zona de Produção (Amzop), Associação dos Municípios do Alto Uruguai (Amau), Associação dos Municípios Celeiro do Rio Grande (Amuceleiro), Associação dos Municípios do Planalto Médio (Amuplam), Associação dos Municípios do Alto Jacuí (Amaja) e Associação dos Municípios das Missões (AMM). O prefeito João Rubin informou ainda que os secretários de InfraEstrutura e Logística do Rio Grande do Sul, Daniel Andrade, e da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, João Carlos Machado, devem prestigiar a audiência pública. É esperado também o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, representando a governadora Yeda Crusius, que enviará uma mensagem gravada para os participantes. ¨Todos entenderam a importância do momento¨, explica Rubin, ¨graças a perspectiva de sairmos do isolamento ferroviário com a ligação do Rio Grande do Sul com o Porto de Paranaguá¨. O prefeito ressalta que o ramal da Ferroeste trará uma ¨alternativa comercial¨ tanto para exportar a produção regional, cerca de 10 milhões de toneladas de grãos, quanto para a importação de insumos agrícolas. AUDIÊNCIAS - A primeira audiência pública foi realizada no dia 11 de setembro no município de São Jorge do Oeste, no Sudoeste do Paraná, quando o estudo técnico, econômico e sócio-ambiental confirmou as projeções do potencial de cargas das regiões abrangidas. Da reunião saiu a ¨Carta de São Jorge do Oeste¨ reafirmando a determinação de ¨perseguir o sonho de uma ferrovia que integre as economias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul através da expansão da Ferroeste¨. O prefeito de Nonoai, João Rubin, que participou da audiência no Paraná, representando pela primeira vez os municípios gaúchos, saiu da reunião convencido de que era necessário colocar o Norte e Noroeste de seu Estado ¨no mapa da Ferroeste¨. O estudo preliminar de viabilidade do ramal até Chapecó foi elaborado pelo Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), a pedido da Ferroeste e do Governo do Paraná. O projeto da ferrovia começou a ganhar impulso em 2006 com a ¨Carta do Sudoeste¨, documento que elenca 40 reivindicações da região abrangida pela Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e pelas associações das câmaras municipais do Sudoeste (Acamsop 13/14). ¨Foi a sociedade do Sudoeste que reivindicou esta ferrovia, mas percebemos que a sua viabilidade é maior com a união de Santa Catarina e Rio Grande do Sul¨, assinala o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. As audiências públicas visam aperfeiçoar o estudo, ¨colhendo críticas e sugestões de cada região sobre aspectos da economia local que eventualmente não tenham sido contemplados no levantamento¨, explica Gomes. O objetivo é apurar o potencial de cargas que serão transportadas.