A revista Veja desta semana traz a informação de que há dois entraves para a viabilidade dos produtos transgênicos nas lavouras: a disseminação de ervas daninhas, resistentes ao glifosato, que reduzem a produtividade da lavoura, e o fato de que a Europa, principal mercado importador de grãos, rejeita os produtos geneticamente modificados.
Para o presidente da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar), engenheiro agrônomo Valdir Isidoro Silveira, finalmente a grande mídia começa a reconhecer um problema para o qual o governador Roberto Requião sempre alertou: “Os grãos transgênicos não são o milagre propalado pelas multinacionais das sementes e pelos barões do agronegócio”.
Valdir Isidoro destaca ainda que a Veja, “baluarte do conservadorismo rural”, agora se rende aos fatos. “Demorou, mas agora a revista reconhece problemas para os quais o governo do Paraná vinha alertando há anos: os produtos transgênicos, como a soja da multinacional Monsanto, em nada ajudam o produtor. Pelo contrário, só trazem prejuízos”.
ABAIXO, OS “ENTRAVES” PARA OS TRANSGÊNICOS APONTADOS PELA VEJA:
O primeiro deles é a disseminação de ervas daninhas resistentes ao glifosato. Elas reduzem a produtividade da lavoura, porque concorrem com a soja na busca de nutrientes e luz solar. Quatro anos atrás, tais pragas começaram a se espalhar pelos Estados Unidos e pela Argentina. Há duas safras, passaram a se alastrar pelas plantações brasileiras.
Pelo menos quatro tipos de ervas daninhas já empesteiam os campos do país. Para evitá-las, os agricultores deveriam ter feito rodízios de cultura. Não o fizeram simplesmente porque não foram orientados adequadamente. Agora, para eliminá-las, precisam combinar o glifosato com outros agrotóxicos.
O resultado é que, nas áreas mais atingidas pelas pragas, como o norte do Rio Grande do Sul e o oeste do Paraná, o custo de produção desses grãos já é equivalente ao da soja convencional, pela qual se obtém um valor melhor no mercado, diz Fernando Adegas, pesquisador da área de soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Esse é o segundo problema da soja transgênica no país. A Europa, um dos maiores mercados para o grão, prefere o natural. Países como Alemanha, Noruega, Bélgica e Finlândia não importam produtos oriundos de sementes geneticamente modificadas e têm-se disposto a pagar mais pela soja convencional, agora restrita a 13% da produção mundial. Atualmente, o único fornecedor em larga escala do produto é o Brasil.
Na Europa, cada tonelada de soja sem transgenia recebe um prêmio de 40 dólares. Metade deles acaba no bolso dos agricultores, afirma José Enrique Marti Traver, diretor da Imcopa, empresa que beneficia e revende apenas derivados de sementes convencionais. Os europeus recusam a soja transgênica e outras sementes geneticamente modificadas.
Revista Veja aponta entraves para produtos geneticamente modificados
Para o presidente da Claspar, Valdir Isidoro Silveira, finalmente a grande mídia começa a reconhecer um problema para o qual o governador Roberto Requião sempre alertou
Publicação
10/08/2009 - 15:40
10/08/2009 - 15:40
Editoria