Reunião em Brasília busca recursos para ligação ferroviária entre MS e Paranaguá

O objetivo foi solicitar pressa na transferência de R$ 30 milhões pela Valec ao Exército para a execução do plano os trabalhos nos trechos Maracaju-Cascavel e Guarapuava-Paranaguá. Outro ponto discutido foi a inclusão no PAC 2 da ligação ferroviária Maracaju-Paranaguá
Publicação
24/03/2010 - 18:30
Editoria
O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, manteve reunião de trabalho nesta quarta-feira (24), em Brasília, com o presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovia, José Francisco das Neves. A Valec é uma empresa vinculada ao Ministério dos Transportes. A reunião foi solicitada pelos deputados federais sul-mato-grossenses Dagoberto Nogueira (líder do PDT na Câmara dos Deputados) e Vander Loubet (PT). Também participaram o general-de-divisão Paulo Kazumori Komatsu, representante do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, o prefeito de Maracaju, Celso Vargas, e o vereador do município, Kleber Barbosa.
O objetivo da reunião foi o de solicitar agilização na transferência de R$ 30 milhões pela Valec ao Departamento de Engenharia do Exército para a implementação do plano de trabalho definido em conjunto com a Ferroeste para os trabalhos de engenharia nos trechos Maracaju-Cascavel e Guarapuava-Paranaguá. Outro ponto discutido foi a inclusão no PAC 2 da ligação ferroviária Maracaju-Paranaguá.
A transferência dos recursos da Valec para o Exército foi decidida em reunião no Ministério dos Transportes em 13 de novembro de 2009, mas até o momento ainda não foi implementada, o que vem retardando o cronograma da construção da ferrovia, “que é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Mato Grosso do Sul e do Paraná”, afirmou Samuel Gomes. Diante da solicitação dos deputados sul-mato-grossenses e da Ferroeste a expectativa é a de que os recursos sejam liberados com rapidez.
O deputado Dagoberto Nogueira, comentando a importância do Porto de Paranaguá para as exportações de seu Estado, adiantou: “Vamos conversar com o ministro Alexandre Padilha para que consigamos viabilizar os recursos que liguem efetivamente Mato Grosso do Sul ao Porto de Paranaguá”, disse ele. “Não podemos apenas garantir que produção agrícola saia de Maracaju, precisamos ter a certeza que os mais de mil quilômetros de ferrovia garantam que a soja embarque para outros países pelo Estado do Paraná”, complementou.
Na inauguração do novo Trem do Pantanal, em 9 de maio, em Campo Grande, o presidente Lula afirmou que colocaria R$ 2,3 bilhões do PAC para ligar por ferrovia Maracaju-MS a Cascavel-PR (500 km) e mais R$ 3 bilhões para a ligação entre Guarapuava e Paranaguá (365 km). “R$ 5,3 bilhões para construir 865 km de ferrovia é dinheiro demais. Algum assessor induziu o presidente em equívoco”, disse Samuel Gomes.
“A Ferroeste fará a obra inteira por menos de dois bilhões. No entanto, ainda esperamos os R$ 30 milhões para os projetos de engenharia que o Ministério dos Transportes e a Valec asseguraram que repassariam ao Exército em novembro do ano passado. O Brasil tem pressa para melhorar a péssima logística que asfixia o Mato Grosso do Sul”.
FERROSUL - O diretor-presidente da Ferroeste aproveitou a reunião para dar notícia aos presentes de que, na última segunda-feira (20), o governo do Paraná encaminhou à Assembléia Legislativa do Paraná o anteprojeto que constitui a Ferrovia da Integração do Sul S/A - Ferrosul, com o propósito de, sob controle público, planejar, construir e operar, sob controle público, ferrovias e sistemas logísticos nos quatro estados da região, conforme decisão do Codesul – Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul.
A participação do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul no capital da Ferrosul precisará ser autorizada pelas assembléias legislativas e a gestão compartilhada entre os quatro estados será assegurada por acordo de acionistas. Os trechos ferroviários existentes e os direitos de concessão da Ferroeste passarão ser propriedade da Ferrosul. Segundo a posição dos governadores e dos presidentes das Assembléias Legislativas dos quatro estados do Codesul, as novas ferrovias em bitola larga que unirão a região às demais regiões do País deverão ser planejadas, construídas e operadas pela Ferrosul.
EXÉRCITO - Em relação à participação do Exército na construção e supervisão dos novos trechos da Ferroeste/Ferrosul, Samuel Gomes afirmou ser este o desejo da empresa: “Acreditamos no profissionalismo e no patriotismo da engenharia militar brasileira”. Gomes ressaltou que foram os militares que construíram o trecho de 250 km da Ferroeste entre Guarapuava e Cascavel, no primeiro governo Requião.
“E para assegurar que as ferrovias construídas terão a melhor manutenção possível, queremos que o Exército se responsabilize de modo permanente pela conservação dos trechos novos. A participação do Exército na construção e na manutenção das ferrovias brasileiras é garantia de preços justos e qualidade das obras”, concluiu o diretor presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.

GALERIA DE IMAGENS