Requião se encontra com neto de Louis Lumière

Max é neto de Louis Lumière, que, junto com o irmão August Lumière, revolucionou a fotografia ao imprimir cor às imagens
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18/05/2009 - 14:50
Editoria
O governador Roberto Requião e a secretária-especial do Museu Oscar Niemeyer, Maristela Quarengui de Mello e Silva, se encontraram nesta segunda-feira (18), no Palácio das Araucárias, em Curitiba, com Max Lumière e sua esposa Michele Lumière. Max é neto de Louis Lumière, que, junto com o irmão August Lumière, revolucionou a fotografia ao imprimir cor às imagens captadas. Eles estão em Curitiba para a mostra “Autocromos Lumière – O Tempo da Cor”, que será aberta será no Museu Oscar Niemeyer nesta terça-feira (19), às 19h. O público poderá visitar a exposição entre 20 de maio e 13 de setembro. “Esta é a primeira vez que a coleção sai da França, o que mostra a importância hoje do Museu Oscar Niemeyer, que já não é desconhecido no mercado internacional”, Maristela. Em comemoração ao Ano da França no Brasil, a exposição exibe, pela primeira vez na América Latina, 70 imagens que tiveram origem nos autocromos de August e Louis Lumière. A mostra é complementada pela apresentação de uma pintura, películas para a projeção de filmes produzidos pelos irmãos e um autocromo original. O processo da fotografia colorida dos Lumière utiliza fécula de batata e placas de vidro. Os autocromos foram patenteados em 1903 como novo processo de fotografia. Oito anos antes, em 1895, os irmãos Lumière haviam patenteado o cinematógrafo, que tornou possível a projeção de filmes. Por isso, são apontados como os criadores do Cinema. Especialmente organizada para ser apresentada no Museu Oscar Niemeyer, como resultado da parceria com Culturesfrance e Institut Lumière, em Lyon (região Rhône-Alpes), a mostra tem o patrocínio da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e o apoio do Ministério da Cultura, do Governo do Paraná e da Secretaria de Estado da Cultura. O texto de apresentação do Institut Lumière destaca a “transparência, luz, nitidez, profundidade, relevo, veludo nas matérias, intensidade nas cores. Os autocromos Lumière apresentam aspectos que ainda surpreendem, mais de 100 anos após sua invenção, aspectos esses que são de extraordinária qualidade plástica. O processo inventado pelos irmãos franceses resulta em imagens que emanam uma preciosa delicadeza nas cores e nos contornos”. Para demonstrar a grandeza da invenção dos irmãos Lumière, três grandes telas exibem, simultaneamente, 17 filmes produzidos para projeção no cinematógrafo. Entre os filmes estão Banho de Mar (1895), Refeição do Bebê (1895), Chegada de Carro (1896), Aquário com Peixes Vermelhos (1897) e Épinal: As Margens do Rio Moselle (1900). No tempo do cinematógrafo, a busca da cor só podia ser artesanal, colorindo-se manualmente cada cópia de projeção, como já se fazia com a fotografia. A partir de 1895, os irmãos Lumière, criam seu próprio processo de síntese tricromo pelo método indireto. Mas três capturas de cena sucessivas, cada uma delas com um filtro colorido para a seleção das cores, limitam seu uso a temas totalmente estáticos. A obtenção da prova final, constituída pela superposição de três positivos monocromos tintos, permanece tecnicamente fora do alcance do amador. Visando possibilitar a captura de cena em cores numa só etapa, Louis Lumière, por volta de 1900, resolve associar, num suporte único, os filtros coloridos que permitem tanto a seleção das cores na captura de cena quanto sua síntese no momento da visão. Em 17 de dezembro de 1903, registra, junto com o irmão, patente para uma placa que incorpora uma única tela tricromo para separar as radiações coloridas da luz. Batizado Autocromo, “a cor por si mesma”, o processo é comunicado à Academia de Ciências de Paris, em 30 de maio de 1904. Essa rede tricromo é composta por milhões de grãos microscópicos de fécula de batata, tintos de alaranjado, verde e violeta, sendo que cada um deles age como um filtro. Essa mistura é espalhada sobre uma placa de vidro coberta com verniz e, depois, com emulsão preta e branca. A placa assim obtida estava pronta para ser usada, e sua revelação, idêntica à do processo preto e branco da época, só necessitava inversão em positivo da imagem negativa impressa. Observado por transparência, esse diapositivo sobre vidro só deixa ver, através da emulsão, os grãos de fécula que correspondem às cores do assunto. Como na pintura pontilhada, é a totalidade do olhar lançado à imagem que, por confusão ótica, reconstitui todos os matizes nascidos da justaposição dessa multidão heterogênea de pontos coloridos, a qual constitui o fundamento do encanto pictórico dessas fotografias. Após essa patente, Louis Lumière prosseguiu com suas pesquisas, a fim de elaborar a complexa fabricação industrial das placas. Em junho de 1907, o Autocromo Lumière, primeiro processo comercial de fotografia em cores, é introduzido no mercado. Pela primeira vez no mundo, a reprodução fotográfica das cores se encontra ao alcance de todos. Autocromos Lumière – O tempo da Cor Patrocínio: Copel Realização: Museu Oscar Niemeyer e Institut Lumière Apoios: Ministério da Cultura, Governo do Paraná e Secretaria de Estado da Cultura Visitação: De 20 de maio a 13 de setembro Museu Oscar Niemeyer – Rua Marechal Hermes 999 Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes. Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.

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