Requião quer salário mínimo melhor para os servidores

Política equivocada do governo anterior prejudica cerca de 11 mil funcionários que recebem vencimentos inferiores ao salário
Publicação
25/06/2003 - 00:00
Editoria
O governador Roberto Requião anunciou, nesta quarta-feira (25), que pretende fixar um salário mínimo diferenciado no Paraná para beneficiar servidores públicos estaduais que hoje tem um vencimento inferior ao salário mínimo nacional. Essa situação foi herdada da administração anterior, de tal forma que hoje 11.606 funcionários estaduais se encontram nessa situação. “Como é proibido a qualquer trabalhador brasileiro receber menos que o mínimo, o governo do Estado vem complementando mensalmente o salário de uma boa parcela de servidores”, afirmou. Para legalizar a situação desses servidores, o Governo do Paraná não só garantiu o mínimo de R$ 240,00 como acrescentou um adicional de 5% a cada 5 anos de trabalho. A maioria dos servidores enquadrados nessa situação tem mais de 15 anos de registro. Com mais R$ 100,00 que passaram a receber por assiduidade e outros R$ 50,00 a título de vale-alimentação, o vencimento desses funcionários ficou este ano em R$ 426,00. Só a equiparação dos menores vencimentos ao salário mínimo, de acordo com a Secretaria da Administração, representou um adicional de R$ 187 mil à folha de pagamentos. Prioridade – O governador Roberto Requião disse que esses servidores não se articulam em categorias de trabalhadores e por isso exercem pouca pressão para melhorar seus salários, o que já não acontece com outras servidores que têm uma profissão definida. “Por isso, pretendo dar prioridade para elevar primeiro o salário dessa gente menos favorecida”, destacou. Para corrigir essas distorções e resolver outras situações já programadas, o Governo do Estado calcula que a folha chega em dezembro a R$ 300 milhões, ou com um acréscimo de R$ 40 milhões em relação a dezembro do ano passado. Só as progressões implementadas na folha de pagamento de 250 mil salários, aposentadorias e pensões ligados ao quadro do Executivo aumentaram, até agora, as despesas do Estado em R$ 20 milhões. Segundo a Secretaria da Administração, nos últimos oito anos não se fez nada que possa chamar de política de recursos humanos. O secretário Reinhold Stephanes revela que as situações mais graves de todo o funcionalismo são as dos professores e dos cerca de 20 mil funcionários dos chamados setores de execução e apoio, entre os quais estão os salários mais baixos do Executivo.