Requião quer modelo de sistema elétrico que beneficie todos os paranaenses

Paraná pode participar de pool de energia sugerido do governo federal, mas não quer tarifas mais caras
Publicação
07/10/2003 - 00:00
Editoria
O governador Roberto Requião enviou ao governo federal a sugestão do Paraná para o novo modelo do setor elétrico brasileiro a ser implantado pelo Ministério das Minas e Energia. A preocupação de Requião é a de que o novo modelo provoque aumento de tarifas. A meta do governo federal é a criação de um pool, sistema que disponibilizaria toda a energia produzida no Brasil com uma tarifa única “O Paraná aceita participar do pool, mas desde que o Estado nem os paranaenses sofram prejuízos”, defende Requião. Segundo estudos realizados pela Copel, o Paraná poderia perder com novo modelo brasileiro já que é um grande produtor de energia e possui hidrelétricas cujos investimentos já foram consolidados. Ou seja, o Paraná tem diversas usinas que produzem energia mais barata ou a chamada “energia velha”. O pool nacional misturaria energia de todas as usinas – novas (com tarifas mais elevadas) e antigas - e fixaria uma média de preços. “O Paraná não pode abrir mão de suas vantagens transferindo sua energia de menor custo para um sistema do qual teria que importar a mesma energia a um preço maior”, destaca Requião. “A proposta da Copel é de que o Paraná participe do sistema comprando eventuais déficits e vendendo as sobras provenientes de novos investimentos em geração”, explica. Verticalização – O governador Roberto Requião também condena a proposta de desverticalização da Copel, como sugere o novo modelo do setor elétrico brasileiro. A verticalização da empresa, como ocorria no passado, era uma premissa para sua privatização, lembra o governador. “Com esse propósito, a Copel foi modelada em cinco subsidiárias integrais, resultando em maior encargo tributário para a empresa e sem benefício para o consumidor” O Governo do Estado entende que, hoje verticalizada, a Copel consegue a redução de tributos, com ganho operacional capaz garantir benefícios ao consumidor, como o que está ocorrendo agora com a isenção de tarifa aos mais pobres. O governador assinala também que a verticalização da Copel não pode ser confundida com a proposta de auto-suprimento. “Entendemos que é possível manter a discussão dos dois temas em separado”. Para a Aneel, seria impossível fazer a fiscalização da contabilidade separada das empresas verticalizadas, como ocorre também com a Cemig, em Minas Gerais. Diante dessa questão, a Copel propõe a permanência da verticalização da empresa com a manutenção da contabilidade das atividades em separado, adotando a compulsoriedade da auditoria externa do balanço para efeito de fiscalização e a atuação de uma empresa modelo de revisão tarifária como ferramenta de controle.