CRISE: RUMOS E VERDADES
O governador Roberto Requião reforçou a urgência de uma política nacional para a superação da crise econômica nesta quinta-feira (11), em Curitiba, ao encerrar o seminário internacional “Crise — Rumos e Verdades”. O evento reuniu economistas, professores e administradores da Itália, Inglaterra, Alemanha, China, Argentina, Venezuela, México, Rússia, Equador e Estados Unidos para debater os efeitos da crise do capitalismo global. “Não podemos deixar a recessão ser iniciada”, disse.
De acordo com Requião, a circulação do crédito, assim como a ampliação dos investimentos públicos são unanimidade entre os economistas no seminário. Como um alerta, o governador frisou que o país necessita também de uma política de juros diferente da praticada pelo Banco Central. “Hoje a Suíça e a Coréia do Sul anunciaram uma redução radical nas taxas de juros. Uma medida que se contrapõe radicalmente à estranha ciência do Banco Central do Brasil. Os governos do mundo baixam os juros para a manutenção do consumo. Todos os governos do mundo estão errados?”, questionou Requião.
Ao apresentar como alternativa à crise a retomada do Estado como indutor do desenvolvimento do País, o governador apontou como emergencial, os investimentos em infra-estrutura e em obras com grande uso de mão-de-obra, para garantia do emprego no Brasil. Segundo o governador, acabou a idéia de “Estado mínimo tão repetida pela mídia”.
A crise econômica mundial também ampliou a contradição entre nação e mercado. “A nação é preocupada com o processo civilizatório e cultural, ao passo que o mercado visa apenas ao lucro e à ganância. A nação é preocupada com a solidariedade e é com ela que devemos seguir”, disse Requião. Ele apresentou um conjunto de ações pontuais para superar as dificuldades: “Controle de câmbio, centralização e estatização do crédito e a aceleração de investimentos públicos”.