O governador Roberto Requião e a presidente do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar), Lúcia Arruda, inauguraram nesta segunda-feira (22) uma cozinha industrial comunitária na Vila Malvinas, no bairro Campo Comprido, em Curitiba. O Provopar equipou e adequou o espaço com dinheiro doado para o “Fome Zero Paraná” através de faturas de luz, geradas pela Copel. Em 2003, R$ 135 mil foram arrecadados com as doações, que variam de R$ 1 a R$ 10. “Nós estamos mostrando para a sociedade paranaense, que doou através das contas de luz da Copel, aonde estamos utilizando esse dinheiro. Foram R$ 135 mil doados nesse ano, o que parece uma quantia pequena, mas deu para fazer seis cozinhas e ainda temos um troco e faremos muito mais com esse dinheiro”, disse Lúcia. A cozinha é a primeira das cinco que serão instaladas em Curitiba e vai atender, a princípio, 60 famílias. A expectativa é que sejam produzidos, por dia, 120 potes de picles e conservas de vegetais, que serão feitos com as sobras de alimentos doadas pela Ceasa. A produção deve iniciar em janeiro do próximo ano e 25 pessoas serão treinadas por membros do projeto “Cres – Centros de Referência Social”, que atua também no Cajuru, Parolin, Nova Barigüi e Vila Zumbi. Durante a cerimônia, Requião salientou que no Paraná foi feita uma opção clara pelos pobres “porque já estávamos saturados de ter o mercado como Deus, substituindo a religião, dominando o povo. No Paraná, nós queremos inverter esse processo e essa cozinha que inauguramos hoje tem esse sentido: não é uma doação do Governo do Estado, mas de toda a população paranaense”. Renda - A cozinha tem azulejos do piso ao teto e segue todas as normas impostas pela vigilância sanitária. O Provopar conseguiu, ainda, comprar um freezer, uma geladeira, um processador de vegetais, um fogão industrial, um exaustor, uma balança eletrônica, um equipamento para banho-maria, além de mesas de aço e bancadas para trabalho. O valor final do investimento foi de R$ 8 mil. As pessoas que irão trabalhar na linha de produção receberão treinamento e noções de higiene e controle de qualidade e as conservas serão vendidas nas lojas do Provopar, feiras e supermercados. O Programa também pretende criar um selo de qualidade para identificar os produtos. “A filosofia do Provopar é a geração de renda. Somos contra a apenas dar o alimento porque dessa forma nós não vamos resolver o problema da comunidade. Mas se nós dermos uma forma da comunidade produzir a sua própria renda, vai ser uma devolução de dignidade para essas pessoas”, justificou Lúcia. Além do governador e da presidente do Provopar, participaram da inauguração o secretário da Saúde, Cláudio Xavier, deputados estaduais, vereadores, pastores evangélicos que atendem a região e moradores da comunidade.