O governador Roberto Requião lamentou a morte do economista Celso Furtado e afirmou que ele foi um dos maiores pensadores brasileiros de todos os tempos. “Dois de seus livros, os clássicos ‘Formação Econômica do Brasil’ e ‘Desenvolvimento e Subdesenvolvimento’, podem ser inscritos ao lado das grandes obras de teoria econômica produzidas até hoje”, disse Requião.
Para o governador, Furtado deu um exemplo de coerência e coragem ao Brasil. “Por toda a vida, ele nunca deixou de acreditar na possibilidade da construção de um Brasil desenvolvido, justo e voltado inteiramente para os interesses de sua gente e não submetido aos caprichos da globalização e da especulação financeira”, disse. Requião está em Nova Iorque onde participou nesta manhã (22) da abertura dos trabalhos da Bolsa norte-americana.
José Moraes Neto, diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), também lamentou a morte do economista Celso Furtado. Para Moraes, Furtado foi um dos mais importantes economistas do país “e, sem dúvida, o mais reconhecido e respeitado internacionalmente. Ele teve posições que alcançou não só por sua obra acadêmica mas também por sua participação na vida política do Brasil, o que fez até a véspera de sua morte, ao assinar manifesto em defesa da manutenção de Carlos Lessa à frente da Presidência do BNDES”, disse.
Moraes lembrou que nos últimos 50 anos a discussão do desenvolvimento econômico do Brasil passou pelos mais de 30 livros e ensaios publicados pelo economista. “Ele preocupou-se em identificar as causas estruturais do subdesenvolvimento brasileiro e defender idéias e propostas de que é possível construir uma nação mais justa, desenvolvida e independente”.
O diretor-presidente do Ipardes afirmou ainda que os ideais de Furtado unem gerações na defesa dos interesses da nação. “Seu trabalho intelectual está voltado para atos que favoreçam a justiça social. Em homenagem a ele prestada no IBGE, em setembro de 2003, Celso Furtado disse: ‘Os problemas estão todos expostos. Ninguém tem dúvidas de que é preciso desconcentrar a renda mas ninguém faz isso. O problema é muito mais de um imobilismo crônico de uma sociedade que não tem vontade de mudar”, finalizou.