O governador Roberto Requião inaugurou nesta segunda-feira (14) o Hospital Infantil Regional Waldemar Monastier, em Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba). Referência no atendimento de média e alta complexidade, a unidade vai atender crianças de até 14 anos de idade de todo o Paraná. Foram R$ 30 milhões em recursos estaduais, investidos em construção e compra de equipamentos e de veículos.
“O hospital inicia seu atendimento para a supressão da mortalidade infantil e para a segurança das famílias. Está atrelado à proposta do Governo de redução da mortalidade infantil, que já está caindo. Queremos chegar ao índice de sete por mil nascidos vivos, inferior ao de muitos países desenvolvidos. Não é uma competição, mas a perseguição de uma necessidade”, afirmou Requião.
O secretário da Saúde, Gilberto Martin, destacou que o hospital representa o programa estadual de descentralização do atendimento da saúde, que tem investido em 40 hospitais. Pelo projeto, o Paraná construiu ou está construindo 12 unidades regionais. Também investiu em ampliações e reformas de outros 28 hospitais – estaduais, municipais ou filantrópicos.
“É uma mudança na infraestrutura de atendimento de saúde porque todos esses hospitais vão cobrir áreas de vazios assistenciais. Em Campo Largo, será atendimento de média e alta complexidade. Todos os problemas de atendimentos de crianças que não se resolverem no município de origem serão resolvidos aqui”, afirmou Martin.
Os 40 hospitais somam-se a construção das 300 Clínicas de Saúde da Mulher e da Criança em todo o Paraná (até 2010) e aos outros programas desenvolvidos pelo Estado, conforme destacou o vice-governador Orlando Pessuti. “A cada dia precisamos de atendimentos especializados para combater as doenças. Temos, por exemplo, o atendimento para mães e crianças, com as Clínicas da Mulher e da Criança, os programas como Leite das Crianças e merenda escolar, que combatem a desnutrição. Mas precisávamos ter na rede pública um hospital que se dedicasse às crianças. O Hospital Infantil fará este trabalho, com atendimento diferenciado”, afirmou.
Segundo Requião, esses investimentos em obras são viáveis porque o Estado não gasta com publicidade. “Isso é possível porque cortei as despesas com propaganda – o governo anterior gastou, em valor corrigido, R$ 1,8 bilhão. Esta economia possibilitou a construção das clínicas, dos hospitais”, disse, ao criticar o fato de poucos profissionais da imprensa divulgarem o hospital. “É muito importante que todo o Paraná conheça este magnífico hospital para que ele possa imediatamente ser usado”, disse.
“O hospital significa um recurso que pode eliminar a possibilidade de morte de crianças por uma variedade de doenças ou acidentes. Ele se integra aos Centros de Saúde da Mulher e da Criança, ao Hospital de Reabilitação de Curitiba e a toda uma rede montada que, sem dúvida, é a melhor do País. Isso foi feito com dinheiro que não gastei em publicidade”, acrescentou.
ATENDIMENTOS – Localizado próximo à rodovia, o hospital facilita o acesso a pessoas vindas do interior, e já começou a receber os pacientes. Em funcionamento desde 19 de outubro, a unidade atendeu 400 crianças no ambulatório, UTI neonatal e enfermaria, que vieram indicadas por unidades de saúde. Elas serão as responsáveis por avaliar as necessidades de encaminhamento das crianças ao Hospital Regional em Campo Largo. A disponibilidade dos leitos será gerenciada pela Central Estadual de Regulação de leitos.
O prefeito de Campo Largo, Edson Basso, acompanhou os primeiros dias de funcionamento do hospital e disse que as famílias já se sentem mais tranquilas em saber que tem atendimento especializado para seus filhos. Além disso, Basso afirmou que a nova unidade vai dar sustentação a saúde básica. “Quando precisavam de uma especialidade, os médicos tinham poucas opções para encaminhar as crianças. Agora, eles têm mais o Hospital Infantil para encaminhar os pacientes, que terão, em um excelente local, atendimento de qualidade”, disse o prefeito.
Para fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, o hospital também garante segurança e tranquilidade às famílias. “Que este hospital atenda a todas as mães e crianças com todo o humanismo, qualidade e respeito que elas merecem. Quem cuida das crianças, cuida do futuro”, afirmou.
Os deputados estaduais Neivo Beraldin, Beth Pavin e Edson Strapasson também destacaram a possibilidade de acesso de pessoas de todo o Paraná ao Hospital Infantil, além da segurança e conforto aos pacientes. Para Beraldin, “este é um Governo que mudou a saúde do Paraná”. Já Strapasson destacou “que estes investimentos vão atender a demanda por saúde”. Beth Pavin destacou que “o pior para uma mãe é não ter para onde levar seu filho quando ele estiver doente. Agora, ela pode trazer a Campo Largo e para os outros 39 hospitais construídos, reformados ou ampliados pelo Governo Estadual. Esta é a melhoria da qualidade da saúde”, afirmou. Também participaram Antonio Teruo Kato.
CAPACIDADE - Com 12 mil metros quadrados, a unidade tem capacidade para realizar 320 consultas ambulatorias e cinco cirurgias por dia, e mais mil internamentos por mês. Os atendimentos serão feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e incluem emergência e trauma infantil. São 146 leitos – 86 comuns, 11 para mulheres lactantes, oito unidades canguru (onde a mãe pode ficar próxima do bebê prematuro), 10 neonatal, 20 pediátricos e 10 para unidades de cuidados intermediários (quanto a criança já não precisa de internação na UTI, mas ainda não está autorizada a ficar na enfermaria).
Há ainda cinco salas de cirurgia, equipadas com o que há de mais moderno, e dez laboratórios para consultas e exames, nas mais diversas especialidades: ambulatório geral, anestesiologia, cardiologia e cirurgia cardíaca, cirurgia pediátrica geral, hematologia, neonatologia, nefrologia, neuropediatria, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pneumologia, urologia, além de serviços diagnósticos pelo Laboratório de Análises Clínicas e Centro de imagem. O ambulatório também oferece ultrasson raio-x e tomógrafo computadorizado, adquirido pelo Estado com investimento de R$ 1 milhão.
Para realizar todos estes atendimentos, o Hospital Regional Infantil contará com uma equipe de 695 profissionais (246 do ensino superior, incluindo os médicos, 294 do ensino médio e 155 do fundamental), quando estiver em pleno funcionamento. Apenas médicos serão 142. A princípio, a unidade terá 100 médicos, sendo 40 contratados pela Secretaria da Saúde e 60 vindos do Hospital Pequeno Príncipe. “O Hospital Pequeno Príncipe está honrado de fazer parte deste projeto e viabilizar a vida, com atendimento médico de qualidade. Temos 90 anos de história e posso afirmar que a ação do Governo do Paraná, de investir maciçamente em saúde, é inédita”, disse a coordenadora do Pequeno Principe, Ety Cristina Forte Carneiro.
Além de recursos para a construção da unidade e para a compra dos equipamentos, o Governo do Estado investiu na aquisição de veículos. Foram R$ 337 mil, sendo R$ 150 mil para duas ambulâncias de simples remoção, R$ 61 mil para dois veículos Logan e R$ 126 mil para dois furgões de carga. “Este é um investimento, um projeto que ficará para o resto da história do Paraná”, afirmou o diretor do Hospital Regional, Luiz Renato Ribeiro de Azevedo, agradecer a parceria com o Estado, a Associação Raul Carneiro, o Hospital Pequeno Príncipe e todos os profissionais que “trabalharão para prestar um serviço de alta complexidade na pediatria”.
HOMENAGEM – O Hospital Regional Infantil homenageia o médico Waldemar Monastier, que nasceu em Curitiba em 22/10/1910 e faleceu em 6/11/1986. Formou-se em Medicina pela UFPR, especializou-se em Pediatria e foi o fundador da Sociedade Paranaense de Medicina. Também realizou trabalhos fora do Brasil, como voluntário no Departamento Infantil Mount Sinai e na Clínica Pediátrica da Escola de Medicina da Columbia University, ambos em Nova Iorque. Monastier publicou trabalhos na imprensa médica nacional e internacional, e o livro “Eduque seu filho para o ano 2000”, editado pela UFPR.
A viúva Cida Monastier foi homenageada. Estavam presentes também seu único filho Gilberto Guimarães Monastier e a nora Maria Helena Caprilhone Monastier. “Estamos muito emocionados com a homenagem feita ao meu pai, dando o seu nome ao Hospital Infantil de Campo Largo. Esta é uma magnífica obra, que terá o privilégio de funcionar em parceria com o Hospital Pequeno Príncipe, referência no atendimento as crianças do Paraná”, afirmou Gilberto.
Requião pediu ao diretor do hospital que algumas alas do Hospital sejam “batizadas simbolicamente em homenagem aos precursores da pediatria no Paraná”. O governador sugeriu os nomes de Plínio Pessoa, César Perneta, que foi um dos criadores da moderna pediatria no Paraná e no Brasil, além do londrinense Eduardo Rego Filho, que iniciou a pediatria no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina”, disse.
Também participaram do evento os secretários do Desenvolvimento Urbano, Forte Netto; de Obras Públicas, Julio Araújo Filho; da Casa Militar, coronel Washington Alves da Rosa; da Educação, Yvelise Freitas Arco-Verde; da Corregedoria e Ouvidoria Geral, Luiz Carlos Delazari; do Turismo, Celso Caron; e da Casa Civil, Rafael Iatauro. O secretário-chefe de Gabinete, Carlos Moreira; o secretário Especial de Controle Interno, Melo Viana; e o secretário especial, Luís Mussi estavam presentes, além da diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Maristela de Mello e Silva; da presidente do Provopar, Lúcia Arruda; e do presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, entre outras autoridades.
Requião inaugura em Campo Largo Hospital Infantil para todo o Paraná
Referência no atendimento de média e alta complexidade, a unidade vai atender crianças de até 14 anos de idade de todo o Paraná; investimento foi de R$ 30 milhões
Publicação
14/12/2009 - 19:30
14/12/2009 - 19:30
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