Requião apresenta o Paraná a empresários chineses

Segundo o governador, a China e o Paraná têm muitos aspectos comuns, como a luta para não perder a identidade nacional no processo de globalização e a manutenção das empresas estatais
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23/03/2005 - 12:50
Editoria
No terceiro dia da missão paranaense à China, o governador Roberto Requião participou de um seminário promovido pelo Governo do Estado e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) para empresários chineses, no Hotel JC Mandarin, em Xangai. Durante as palestras, foi distribuído um farto material sobre o Paraná em chinês. Em seguida, foram realizadas várias rodadas de negócios entre chineses e brasileiros. Cerca de 200 empresários chineses estiveram presentes e alguns negócios já foram concretizados. Ao falar aos empresários, o governador Roberto Requião disse que a China e o Brasil têm um ponto em comum no processo de globalização: ambos querem participar do mercado, mas sem perder a identidade nacional e renunciar à sua história. “A tão antiga civilização chinesa e a tão nova civilização brasileira querem se firmar como nação no processo de globalização”, afirmou. Requião afirmou ter certeza que os dois países vão resistir à mercantilização de seus povos. “Outro fator comum ao Paraná e a China é a preocupação em garantir o desenvolvimento para todos. A globalização não pode ser um fator de exclusão. O processo de desenvolvimento tem que ser acessível a todos”, declarou. O governador também ressaltou que assim como na China, o Governo do Paraná atribui às empresas estatais um papel fundamental no desenvolvimento econômico, citando a Sanepar, a Copel e o Porto de Paranaguá como exemplos. O seminário foi aberto por João de Mendonça Lima Neto, cônsul-geral do Brasil em Xangai, que constatou que a maior dificuldade que existe nas relações comerciais entre o Brasil e a China é a falta de conhecimento mútuo entre os dois países. “Esse seminário é uma forma de romper as barreiras e aproximar os empresários dos dois países”, afirmou o cônsul. Em seguida, Son Fangsheng, da Câmara de Promoção e Comércio Exterior de Xangai, anunciou que além de aumentar as importações e exportações entre os dois países, há o interesse de fazer e também receber investimentos. Segundo ele, a expectativa da China é investir US$ 20 bilhões no Brasil nos próximos anos. “A China tem uma reserva em dólares de US$ 640 bilhões, o que dá uma idéia da capacidade de investimentos que o país adquiriu nos últimos anos”, afirmou. Fangsheng também destacou que Xangai é hoje a cidade que lidera o processo de transformação econômica que a China vive e que a missão paranaense gerou grandes expectativas entre os empresários locais. O presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, disse que o seminário foi idealizado para apresentar o Paraná e mostrar que o Estado pode ser o parceiro comercial ideal para a China porque oferece infra-estrutura, variedade de produtos e possui a tarifa de energia elétrica mais baixa do país. “Nenhum outro Estado brasileiro oferece oportunidades tão claras para investimentos. Se a China vê o Brasil como um parceiro comercial privilegiado, o Paraná reúne tudo o que os chineses procuram”, afirmou, lembrando que o Estado oferece produtos agrícolas, agroindustriais e industriais. Sobre as rodadas de negócios, ler a matéria “Rodadas de Negócios na China já geram novas parcerias”.

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