A licitação, no regime de registro de preços, realizada pelo governo estadual nesta segunda-feira (16), em Curitiba, para aquisição de 500 vagões resultou numa economia de R$ 26,6 milhões para os usuários da Ferroeste. “Aprendemos com o sucesso do programa Trator Solidário. A lógica é a mesma: a perspectiva de venda de um número expressivo de unidades permite à indústria programar a produção e baixar os preços, o que favorece os compradores. É o vagão solidário”, afirmou o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.
Após 36 lances, em dura disputa, a Amsted Maxion venceu a licitação pela menor oferta de R$ 208.400,00 por vagão Hopper de 100 toneladas brutas para transporte de grãos e farelo. Antes da licitação, a indústria vencedora havia cotado o vagão a R$ 261.587,00, no ano passado. Com a licitação houve uma redução de 21% no custo dos vagões da vencedora.
O próximo passo, informa Samuel, “será mostrar aos usuários da ferrovia, cooperativas e cerealistas, pequenos e médios produtores, a grande oportunidade que têm para garantir transporte de baixo custo, com vagões adquiridos por eles mesmos, com financiamento do BNDES”. A Ferroeste apresentará aos seus usuários um plano de negócios que contempla a compra do vagão com financiamento do BNDES, frete barato de longo prazo para grandes volumes de carga e, se necessário, cessão de áreas no Terminal de Cascavel para implantação de silos para armazenamento provisório das cargas a serem transportadas.
Samuel adiantou ainda que o governador Roberto Requião está comprometido com o programa e fará os esforços necessários para que a aquisição dos vagões licitados seja rápida. “O Governo irá ao BNDES para pedir prioridade aos financiamentos solicitados pelos usuários da ferrovia, disse. “Queremos que vagões comecem a circular na linha da Ferroeste no final do primeiro semestre”, completou. Com a chegada dos novos vagões, segundo Samuel, a produção atual da ferrovia, que beira os 2 milhões de toneladas anuais, pode ser elevada para 3 milhões, aumentando o volume transportado em 50%.
A Ferroeste está iniciando o processo de aquisição de sete locomotivas de 3.000 mil HPs para substituir as atuais, tecnologicamente defasadas, de 1.600 HPs. As novas locomotivas melhorarão o padrão operacional da ferrovia. Formarão trens de até 65 vagões, enquanto as máquinas atuais tracionam apenas 32 vagões. Com as novas locomotivas o consumo de diesel vai ser reduzido em 40%, proporcionando uma economia anual de mais de R$ 3 milhões. Com a substituição das velhas locomotivas atualmente em operação, herdadas da empresa privada que administrava a ferrovia, o consumo de diesel baixará de 7,1 litros por km para 4 litros por km. O diesel responde por 60% dos gastos da Ferroeste.
As novas locomotivas também reduzirão em praticamente 60% o custo de manutenção. Com a redução dos custos operacionais promovida pela substituição das locomotivas e com a chegada dos novos vagões, a empresa vai aumentar a produção e baixar o frete, para diminuir os custos de produção no Oeste do Paraná. “É para isso que a ferrovia foi construída no primeiro governo Requião e é a isso que a Ferroeste, como empresa pública, se dedica diariamente: reduzir o custo do transporte para e melhorar a renda dos agricultores e da agro-indústria, gerando desenvolvimento no interior do Paraná”, disse Samuel Gomes.