Regiões definem cooperação econômica e na área do meio ambiente

Chefe do escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores no Paraná, Sérgio Curi, acompanhou a assinatura dos acordos
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01/02/2010 - 17:02
Editoria
O governador Roberto Requião e os demais representantes dos 4 Motores do Mercosul e dos 4 Motores da Europa assinaram nesta segunda-feira (1), em Foz do Iguaçu, declarações conjuntas definindo as atividades das redes e de cooperação econômica e na área do meio ambiente. “Que essa reunião seja o início de um intercâmbio que leve em consideração as regiões envolvidas na condição de nações, não de mercados à disposição das bolsas de valores e do capital vadio”, disse Requião. “Desejamos a globalização do mercado, mas o Paraná se recusa a perder a tradição, o suor e o sangue do seu povo na consolidação do território, o processo cultural e civilizatório, em nome da abertura à especulação. Essa interligação econômica é fundamental, mas não está à disposição do capital vadio que nos trata como mercados. Temos que procurar desenvolvimento e cultura de forma equânime”, afirmou o governador. O chefe do escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores no Paraná, Sérgio Curi, acompanhou a assinatura dos dois acordos, representando o ministro Celso Amorim, que não pode comparecer ao evento e enviou uma carta que foi lida em plenário por seu representante. Sérgio Curi disse que a mensagem do ministro para os participantes do evento é de encorajamento aos participantes do projeto, “cuja concepção ocorreu quando o governador Roberto Requião, em fevereiro de 2007, o inseriu no plano de trabalho que assinou com o presidente da região de Rhône-Alpes, o senador Jean Besson”. “O Itamaraty esteve presente e continuará dando seu apoio, por entender que esta é a primeira vez que dois entes infranacionais, no caso o Paraná e Rhône-Alpes, na França, ampliam esta cooperação para inseri-la num quadro multilateral. Agora, com este grupo, temos a cooperação descentralizada. É a primeira experiência do gênero na América Latina”, destacou. O representante do ministro Celso Amorim lembrou que a união dos dois quadriláteros “forma um octógono, ou seja, uma nova geometria de cooperação internacional descentralizada. Isto trará um grande impacto no desenvolvimento do Mercosul. Cria um novo eixo de atuação, um novo foco de concentração de esforços dentro do Mercosul e na União Européia. É este resultado final que nos interessa enquanto Governo Federal”. Na carta lida em plenário por Sérgio Curi, o ministro Celso Amorim deu as boas vindas aos participantes e, ao mesmo tempo, desejou que “os trabalhos alcancem seus objetivos em perspectivas, com o objetivo de fomentar novas parcerias entre regiões do Mercosul e da União Européia, contribuindo para dinamizar as relações entre os dois blocos. A diplomacia brasileira rejubila-se por estar presente nos 4 Motores do Mercosul desde a sua institucionalização, bem como no enlace com o já consagrado 4 Motores da Europa. E vê com satisfação iniciativas como esta surgida das células que compõem o Mercosul, que cumprimentam os esforços dos governos nacionais pelo organismo, dando-lhe densidade intrarregional e criando novos eixos de integração”. O coordenador dos 4 Motores do Mercosul e secretário executivo do Codesul, Santiago Gallo, fez uma avaliação positiva do evento. “Estamos finalizando a reunião política depois de dois dias de trabalho da equipe técnica. Temos duas declarações assinadas, uma política, que fala do papel dos municípios e estados no processo de integração regional, e outra na área econômica, onde já se fala na execução de projetos concretos que serão realizados pelos 4 Motores do Mercosul e os 4 Motores da Europa. Ouvimos os relatos dos coordenadores e a possibilidade de cooperação, onde tivemos um conhecimento pouco mais profundo sobre o que será feito nas duas áreas em discussão: economia e meio ambiente”, disse. Para Gallo, as parcerias que envolvem as oito regiões representam o fortalecimento dos estados e municípios no processo de integração regional. “O que isto significa? Que estados e municípios terão autonomia e capacidade para ditar políticas próprias na área de cooperação internacional. E, a médio prazo, representa a possibilidade de recursos econômicos para as regiões envolvidas”, afirmou.