Rede de pesquisa na área da saúde é elogiada por cientista brasileiro

O projeto Geomedicina tem a finalidade de identificar doenças infantis em todos os municípios do Paraná
Publicação
29/08/2006 - 14:45
O cientista brasileiro Sérgio Mascarenhas elogiou a formação de uma rede de competências na área da saúde, com a finalidade de identificar doenças infantis em todos os municípios paranaenses. Ele participou de um seminário em homenagem a César Lattes, realizado nesta terça-feira (29), no Cietep, em Curitiba. “Ou se formam redes para trabalhar em conjunto ou nunca vamos resolver as crueldades sociais do país”, afirmou o cientista do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo – USP. A rede tem como ponto de partida o projeto “Geomedicina – Pesquisa nas Áreas de Risco à Saúde”, que obteve recursos do Fundo Paraná, administrado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da ordem de R$ 750 mil. Com isto, toda a pesquisa, mapas e indicadores de saúde e de doenças serão colocados à disposição de órgãos públicos e privados e de usuários comuns nos próximos anos. Além de crianças e adolescentes, o projeto também compreende, numa fase posterior, dados sobre doenças em adultos. O projeto é realizado em parceria com a Associação Hospitalar de proteção à Infância e Adolescência Dr. Raul Carneiro, que tem como um de seus braços o Hospital Pequeno Príncipe, e a Mineropar, que está construindo um sistema cartográfico, contendo informações sobre contaminação de águas por substâncias químicas associadas às condições de saúde da população. Com estas informações, pretende-se integrar todo o conhecimento científico disponível bem como as novas pesquisas que serão conduzidas na área a respeito da exposição aos produtos de origem natural (geológica) e os manipulados pelo homem, como mercúrio, chumbo, manganês, bário, cádmio, resíduos agrotóxicos, benzeno, tolueno e outros. Doenças em áreas de risco, como o Alto e Médio Vale do Ribeira, compreendendo parte de São Paulo e do Paraná, poderão ser melhor conhecidas e tratadas. O “Geomedicina” abrangerá, na seqüência, 100% dos municípios paranaenses. “A interação do ser humano com o ambiente onde ele vive pode resultar em doenças causadas por agentes biológicos, químicos e físicos”, comenta o coordenador científico do projeto e do “Instituto Pelé Pequeno Príncipe”, médico e pesquisador Bonald Figueiredo. Além do “Geomedicina”, o governo estadual já apoiou outros projetos na área da saúde centrada na pesquisa e no desenvolvimento científico e tecnológico. O mais recente deles trata do diagnóstico e tratamento de doenças do recém-nascido, coordenado pela Fundação ecumênica de Proteção ao Excepcional (FEPE), com o objetivo de evitar e prevenir deficiências e mortes prematuras.