No Paraná, as 426.594 famílias atendidas pelo Bolsa Família, do Governo Federal, vão ter reajustados os valores que recebem mensalmente. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, confirmou o aumento de 8% nos recursos do programa, que passa a valer a partir de julho. O reajuste passa a valer a partir de julho e será concedido por decreto presidencial, o que significa que não precisa ser encaminhado ao Congresso para votação. Nos 399 municípios do Paraná, são repassados cerca de R$ 28,5 milhões por mês aos beneficiários. Hoje as famílias recebem entre R$ 18,00 e R$ 172,00, dependendo da renda, idade e número de filhos. Com o reajuste, estes valores, estabelecidos como mínimo e máximo, devem subir para R$ 20,00 e R$ 182,00. Segundo o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nelson Garcia, o aumento acompanha a alta no preço dos alimentos. “Para cumprir sua função, de assegurar às famílias pobres o direito à alimentação, foi necessário acompanhar o aumento nos preços dos alimentos. O reajuste dado responde a uma situação concreta e foi feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC. A decisão partiu do presidente Lula para defender as maiores vítimas da inflação”, explicou. Nos últimos 12 meses, o INPC, que mede a inflação para as famílias que recebem até oito salários mínimos, foi de 6,64%. No mesmo período o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 5,58%. Por isso, defende Garcia, o aumento no Bolsa Família está acima da inflação oficial. De acordo com Nircélio Zabot, coordenador do programa no Estado, mais de 98% das cidades paranaenses atendem 100% das famílias indicadas pelo IBGE, com renda per capita de R$ 60,00 a R$ 120,00. Ele revela que a maior parte do benefício é usada para alimentação. “Mais da metade das famílias usa o dinheiro para comprar comida. Em seguida aparecem os gastos com material escolar, vestuário e medicação”. Este é o segundo reajuste no Bolsa Família, desde sua criação em outubro de 2003. Em março, o governo estendeu o programa aos jovens de 16 a 17 anos que estejam na escola. As famílias atendidas pelo programa têm cumprido as condições exigidas. Na educação, os últimos números mostram que 98% do total de alunos acompanhados pelo sistema do Ministério da Educação freqüentam no mínimo 85% das aulas, como determina a legislação. Outra exigência é quanto à saúde e prevê o monitoramento da vacinação infantil e do pré-natal para mulheres grávidas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde. No Paraná 27,15% da famílias no perfil saúde já tiveram o acompanhamento registrado. O número é o maior da região sul e supera a média nacional (23,67%).