Rádio Saúde já atinge mais de 5 milhões de ouvintes


A emissora atua em parceria com 23 rádios, cobrindo 1.458 municípios, também em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul
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23/12/2006 - 09:30
Editoria
Que emissoras de rádio tem grande apelo e alcance popular todos sabem. Já a sua utilização como mecanismo de transformação social era privilégio das famosas rádio comunitárias até abril de 2005, quando foi criada a Rádio Saúde, por iniciativa da Secretaria da Saúde. A rádio atua em parceria com outras 23 rádios, cobrindo todas as Regionais de Saúde do Estado, 1.458 municípios, os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e até países vizinhos, como Argentina e Paraguai. O público potencial estimado é de 5,3 milhões de ouvintes. “Esta é uma grande iniciativa, já que atinge diretamente a população com entrevistas e dicas de saúde que elucidam a todos sobre dúvidas e hábitos do cotidiano relacionado com a saúde”, analisa o secretário da Saúde, Cláudio Xavier. A programação da rádio é vasta e conta com agenda semanal de participação ao vivo com entrevistas de especialista e pessoas que passaram por tratamentos e contam suas experiências. Além disso, há a produção de reportagens e vinhetas que são enviadas paras as rádios que podem utiliza-las como julgar conveniente. O sociólogo, doutor em antropologia e professor do Centro Universitário Positivo (UnicenP), Mario Michaliszyn, acredita na possibilidade da rádio ser um meio de transformação social na área da saúde pública. “Não tenho a menor dúvida. Assim como tenho certeza de que ele será sucesso, na medida em que tornar possível a participação popular em sua elaboração, com suas falas, vivências”, analisa. Segundo ele, na década de 80, quando iniciou sua participação na saúde pública, este tipo de ação era mais comum. “Os programas de rádio e as ações educativas foram responsáveis pela formação de associações de moradores, organizações comunitárias de natureza diversa”, lembra o professor. Para que isso seja realidade, há um estúdio montado dentro da sede da Secretaria, no qual os técnicos e responsáveis pela produção do material realizam o seu trabalho e enviam para as emissoras parceiras, ou ainda, onde são realizadas as entrevistas ao vivo. “Nosso objetivo é passar informação concisa e que possa realmente mudar hábitos e tornar a vida das pessoas mais saudável. Passamos orientações gerais de saúde, mas também fazemos campanhas específicas de acordo com as datas, como por exemplo no Dia Mundial de Combate à Aids, intensificamos as informações em torno deste tema”, explica a coordenadora da Rádio Saúde, Raquel Rizzo. Mas durante o período eleitoral, a rádio acabou se desligando de algumas parceiras. Ao final das eleições, uma série de visitas aos municípios foi feita e as antigas parcerias foram reatadas e novas foram firmadas. “Conseguimos um excelente resultado. Fomos para municípios como Telêmaco Borba, Maringá, Alto Paraná, Pato Branco e Foz do Iguaçu. Além das reuniões, levamos um kit com materiais educativos a respeito da saúde”, lembra o diretor de produção da rádio, Paulo Braga. Acesso às informações - Os kits mencionados por Braga são formados por folders e livros contendo informações sobre diversas doenças, desde AIDS, até o tabagismo e Hanseníase. Outro diferencial do kit são os dois cd´s que acompanham o material. Um deles com diversas vinhetas educativas e o outro com 23 canções de Natilde Julião, falecida de câncer neste ano. As músicas falam exclusivamente de saúde, como o Ratango, que discorre sobre a Hantavírose, doença transmitida pela urina dos ratos, em ritmo de tango. Assim como o Rap da Dengue e outras 21 canções. “As músicas são veiculadas nas rádios que além de lazer, trazem consciência saudável e auxiliam diretamente na vida da população”, explica Braga. A mudança mencionada por Braga pode inclusive se refletir nos índices de cura e contaminação de doenças. Assim pensa a médica radiologista do Hospital de Clínicas, Maria Helena Louveira, uma das entrevistadas pela Rádio Saúde. “Acredito que a médio prazo um projeto como este pode interferir na incidência de doenças”, avalia. Ela acredita que ter acesso as informações auxilia diretamente a população. “Na medida que as pessoas conhecem mais as doenças, também se protegem mais”, sentencia. Ela já participou de quatro entrevistas, todas sobre câncer de mama, salientando a importância do auto exame e dos exames clínicos. Parcerias - A rádio Capital, em Telêmaco Borba, é uma das parcerias da Rádio Saúde, durante o programa da radialista Fátima Ribeiro, para quem existe uma aceitação muito boa do programa por parte da população, inclusive gerando comentários após as entrevistas e a participação dos ouvintes sugerindo pautas de interesse geral. “As entrevistas são em uma linguagem popular e acessível. Temos acesso a grandes profissionais que talvez, por estarmos em uma cidade pequena, não teríamos. Isso populariza a saúde e faz com que as pessoas trabalhem melhor a sua saúde”, analisa. Além de profissionais da saúde, a Rádio entrevista personalidades da área ou ligadas a ela. Como o caso da coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns e a atriz Solange Couto, ligada a movimentos de combate à Hanseníase. A Rádio Saúde pode ser ouvida, diariamente, pela Internet, às 16:15h, por meio do site: http://www.pr.gov.br/rtve# clicando no link “ao vivo”, graças uma parceria com a Rádio e Televisão Educativa do Paraná. Esse é o horário em que a rádio saúde entra diariamente com um link ao vivo na Rádio Educativa, uma das parcerias do projeto da Secretaria da Saúde.

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