Radares: Governo não vai renovar contrato com prefeitura de Curitiba

Para Requião, radares não cumprem função educativa: “São armadilhas para os motoristas”
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30/07/2004 - 00:00
Editoria
O governador Roberto Requião decidiu, nesta sexta-feira (30), não renovar convênio com a Prefeitura de Curitiba, pelo qual o Detran recebia as multas dos radares eletrônicos instalados na capital. “A prefeitura está colocando esses equipamentos com uma visão fiscal arrecadadora. Não são instrumentos para educar, são armadilhas para os motoristas”, analisou Requião, ressaltando a grande quantidade de radares já funcionando e em vias de ser instalada. Para Requião, “o interesse do Governo do Estado é não compactuar com a chamada ‘indústria das multas’. O radar e a lombada eletrônicos são interessantes do ponto de vista educativo, mas, em Curitiba, são usados sem critério e sem discussão, o que não atende ao objetivo de educar a população”. Para ele, a decisão pode ser revista, desde que o uso dos equipamento seja disciplinado e racionalizado. Com a proximidade das eleições municipais, vários candidatos à Prefeitura de Curitiba têm se posicionado contra o atual sistema de multas eletrônicas. “Quero saber o que pensa a população e, em uma discussão transparente, definir um sistema racional de utilização dos radares”, disse. “Não sou contra os radares, desde que usados de forma pedagógica para o motorista. Sou contra a indústria das multas, que busca apenas a arrecadação”, afirmou Requião. Com o fim do convênio, o Detran passa a não cobrar as multas originadas pelos radares a não ser que se estabeleça com a população um diálogo para esclarecer essa questão e se chegue a um denominador comum. “O governo não vai trabalhar a favor da indústria das multas e nem concorda com a política de multa da Prefeitura de Curitiba. É deplorável que, em fim de mandato, o prefeito instale mais pontos de radares e, assim, aumente a despesa para o próximo prefeito, com a contratação da empresa terceirizada, responsável pelos equipamentos”, finalizou.