A abertura da exposição “Poética da Percepção - questões da fenomenologia na arte brasileira”, que abriu na noite de terça-feira (2), no Museu Oscar Niemeyer, alcançou os objetivos propostos: de provocar a interação com as obras artísticas. Em meio ao grupo, mais ou menos 50 pessoas eram portadores de necessidades especiais e muitas delas ficaram empolgadas com o fato de tocar, ouvir, sentir e entender a obra de arte que estava exposta na sua totalidade.
A mostra, patrocinada pela Vivo, com a curadoria de Paulo Herkenhoff apresentou o conceito de ampliar o acesso ao museu e às artes plásticas àqueles que não vêem, ouvem, andam ou escutam. As obras aguçam sentidos como o olfato, o tato e a audição, para que as faltas sejam complementadas por outras percepções, inclusive etiquetas explicativas das obras são apresentadas em braille.
A voluntária e ex-gerente de Projetos da Universidade Livre pela Eficiência Humana (Unilehu), Megumi Tokudome, comemorou a oportunidade oferecida aos portadores de necessidades especiais. “Alguns nunca tiveram a oportunidade de visitar um museu. Muito menos com este cuidado, com todas as legendas em Braille e com material tátil, possibilitando que vejam a arte”, comentou. “Pudemos descobrir uma beleza que até então, muitos de nós, não havíamos vivenciado”, completa Gerson Maciel, estudante (26), deficiente visual, que esteve pela segunda vez num museu. “Nesta mostra, as legendas me ajudaram a entender as obras”, diz ele. “Pela primeira vez pude aproveitar, na totalidade, uma exposição de arte”.
Esta exposição já passou por São Paulo e Rio de Janeiro e, segundo o diretor Territorial da Vivo PR/SC, Marcelo Repetto, esta foi a melhor mostra. “Aqui, o público de fato entendeu o conceito da curadoria”. Repetto acrescenta que o apoio a esta mostra reforça o compromisso de qualidade da Vivo com diversos públicos. Também estiveram presentes à abertura, o gerente de Comunicação e Relações Institucionais Fernando Poyares, o curador da exposição Paulo Herkenhoff, a produtora Ana Gonçalves e a vice-presidente do Instituto Victor Brecheret Cidô Brecheret, recebidos pela presidente do Museu Oscar Niemeyer, Maristela Requião.
Segundo o monitor Cláudio Celestino, as pessoas estavam muito curiosas com a mostra e quando souberam que podiam tocar nas obras ficaram mais excitadas com a possibilidade. “É preciso ter certa delicadeza para não desgastar as obras, mas todos estão gostando. Está fazendo muito sucesso”, conta. As pessoas especiais eram as mais interessadas, embora não estejam familiarizadas com visitas a museus e às artes plásticas.
Serviço:
Mostra: Poética da Percepção - questões da fenomenologia na arte brasileira
Período de exibição: de 3 de setembro a 7 de dezembro
Patrocínio: VIVO
Realização e produção: Animarte Consultoria e Rainmaker
Apoios: Governo do Paraná, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura e Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro
Onde: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico - CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes
(Não pagam crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos e grupos agendados de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental)
Público paranaense absorveu com interesse o conceito da “Poética da Percepção”
Em meio ao grupo, mais ou menos 50 pessoas eram portadores de necessidades especiais e muitas delas ficaram empolgadas com o fato de tocar, ouvir, sentir e entender a obra de arte que estava exposta na sua totalidade
Publicação
03/09/2008 - 17:56
03/09/2008 - 17:56
Editoria