Provopar participa de processo de reassentamento de ilhéus do rio Paraná

Cerca de 40 famílias vivem em áreas de risco e devem ser removidas para o distrito de Porto São José, no município de São Pedro do Paraná
Publicação
19/09/2005 - 16:20
Editoria
O Provopar Ação Social pretende participar do processo de reassentamento de cerca de 40 famílias de ilhéus do Rio Paraná no distrito de Porto São José, no município de São Pedro do Paraná, Noroeste do Estado, a 605 quilômetros de Curitiba. O anúncio será feito por Lucia Arruda, presidente do Provopar, nesta quarta-feira (21), às 9:00 horas, no próprio distrito, durante a solenidade de plantio de 10.500 mudas de árvores nativas as margens do Rio Paraná, o quinto maior rio do mundo, em comemoração do Dia da Árvore. Na oportunidade, Lucia Arruda, representando o presidente da Cohapar, Luiz Cláudio Romanelli, estará assinando convênio para a construção de 68 moradias para famílias de baixa renda na sede do município e receberá do prefeito João Batista Fernandes pedido para a construção de outras 50 unidades em Porto São José, para abrigar os ilhéus a partir de 2006. O prefeito destaca que a retirada dos ilhéus do Rio Paraná vem sendo solicitada pelo Ministério Público e o IAP – Instituto Ambiental do Paraná, que consideram as ilhas locais de risco por causa das cheias e inadequadas para moradias. “No início do ano, tivemos que retirar as famílias as pressas. As ilhas ficaram inteiramente submersas. Algumas com mais de um metro de água acima do solo”, argumenta João Batista Fernandes. Entretanto, o fato mais preocupante é o transporte diário das crianças das ilhas para a escola do distrito de Porto São José. O transporte é feito por três barcos adquiridos pela Prefeitura. “Os barqueiros saem bem cedo, por volta das 5:00 horas, para recolher crianças, que chegam a ficar de duas a duas horas e meia no barco até que todos estejam a bordo. Imagine o risco que estas crianças correm principalmente nos dias de chuva”, disse. Segundo ele, a idéia é fixar as famílias dos ilhéus em terra firme, garantindo a integridade de mulheres e crianças, mas deixando que os homens continuem explorando a pesca. Assim, a cooperativa de trabalho a ser implantada pelo Provopar envolverá as mulheres e os homens que queiram deixar a pesca. “A vida nas ilhas ficou bastante difícil depois que se proibiu a criação de animais e o plantio de algumas culturas, como o milho. Hoje, nossos ilhéus sobrevivem da pesca e do plantio de feijão e mandioca. A cooperativa será uma excelente oportunidade para aqueles que pretendem sair das ilhas”. Lucia Arruda informou que o programa de reassentamento dos ilhéus prevê, além da cooperativa de trabalho e construção de moradias, a adoção de um plano de incentivo ao turismo. Ela vai receber das mãos do prefeito João Batista Fernandes um inventário dos pontos turísticos de São Pedro do Paraná, que por sua localização espera atrair turistas do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Atualmente, São Pedro do Paraná conta com a Praia da Morena, freqüentada por turistas das regiões de Maringá e Paranavaí. Outra atração é a “Chalana” que leva os turistas para verem o encontro das águas dos rios Paraná e Paranapanema. “A princípio, pretendemos sugerir a implantação de uma cozinha de geração de renda para incrementar o comércio de salgados e doces nas praias artificiais do município”, concluiu a presidente do Provopar.