A presidente do Provopar Ação Social, Lucia Arruda, inaugurou na última terça-feira (15), na Ilha de Barbados, no município de Guaraqueçaba, no litoral do Paraná, o espaço cultural dedicado ao artista suiço Guilherme Willian Michaud, morto e enterrado no cemitério de Superagui, em 1902.
“Nosso objetivo é resgatar a história deste talentoso artista, que trocou a vida agitada na Europa pela pacata ilha de Barbados. Ele amava o litoral paranaense, o que pode ser comprovado através das cartas que enviada para a irmã, Nancy. E, para mostrar a beleza do lugar, Michaud passou a desenhar. O resultado foi surpreendente, porque ele criou verdadeiras obras primas”, afirmou Lúcia Arruda.
As principais obras do artista estão expostas no Museu de Vevey, sua cidade natal. Mas algumas delas podem ser vistas no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, que forneceu cópias, banners e cartazes para o espaço cultural inaugurado pelo Provopar.
“O espaço de multiplo será usado para a venda de artesanato e reuniões da comunidade, além de oficinas de artesanato, para que os moradores da ilha possam aprender esta atividade”, afirmou Iramar Diório Hermogenes, coordenador de artesanato do Provopar.
O Provopar investiu cerca de R$ 100 mil na construção do espaço cultural, que foi construído após autorização do Ibama, uma vez que a Ilha de Barbados é Parque Nacional. A inauguração contou com a presença do prefeito de Guaraqueçaba, Riad Said Zahoui, que fez questão de destacar a atuação do Provopar e do governo do Estado no litoral paranaense, com a execução de importantes obras.
“É o caso do hospital de Guaraqueçaba, que será inaugurado em breve, da revitalização de nossa praça central, a reforma do mercado municipal, reforma e ampliação do colégio estadual e tantas outras obras, que demonstram o carinho que o governador Requião tem por nosso município. Com o Provopar não tem sido diferente. O Provopar construiu o centro de artesanato de Guaraqueçaba, da Ilha das Peças e agora, aqui, em Barbados. São investimentos que certamente vão melhorar a qualidade de vida da nossa população”, disse Riad.
Depois da inauguração, Lucia Arruda entregou brinquedos para as crianças das 42 famílias que residem na Ilha.
Quem foi Michaud – Ele migrou para o Brasil em 1848, aos 19 anos, para se estabelecer como colono na Ilha de Superagui, no município de Guaraqueçaba, onde morreu em 1902 sem ter voltado para sua pátria natal. Durante sua permanência registrou suas impressões em 71 cartas dirigidas as irmãs Nancy e Emma, acompanhadas por desenhos e aquarelas que constituem um fabuloso registro daquele momento da história do Paraná, testemunhando o cotidiano de um emigrante suiço na segunda metade do século XIX.
Graças aos documentos detalhados que Michaud tinha enviado para a Suiça dentro de bambus lacrados com cera é possível ainda hoje achar diferentes lugares onde se estabeleceram colonos vindos da Europa para a região, entre eles franceses e italianos. Em 1922, Nancy Michaud doou ao Museu o conjunto de cartas, desenhos e aquarelas, assim como dois cadernos onde tinha resumido o essencial das informações sobre seu irmão.
Michaud vivia da agricultura e da pesca. Mas devido ao conhecimento que possuía exerceu também na colônia as funções de professor, agente do correio, juiz de paz e secretário da Associação de Imigrantes. Hoje, quem visita a ilha encontra muitos descendentes do artista suiço.
Provopar inaugura espaço cultural dedicado a Michaud
Com o objetivo de resgatar a história de Michaud, o artista que trocou a vida agitada da Suiça pela pacata ilha de Barbados, no litoral do Paraná, o Provopar investiu R$ 100 mil na construção do espaço cultural
Publicação
18/12/2009 - 10:00
18/12/2009 - 10:00
Editoria