Toda escola estadual tem agora pelo menos um computador que será usado, inicialmente, nos trabalhos administrativos e para consolidar o banco de dados dos alunos. Isso foi possível com a doação de 100 computadores pelo Provopar – Programa do Voluntariado Paranaense - à Secretaria de Educação, realizada nesta terça-feira. “Melhorando a infra-estrutura das escolas o Provopar realiza seu trabalho social, em parceria com a secretaria da Educação”, avaliou Lúcia Arruda, diretora-presidente da entidade.
As escolas mais carentes do Estado, entre outros problemas, não tinham nenhum equipamento de informática e eram obrigadas a apelar para ajuda de terceiros para poder enviar os seus relatórios aos Núcleos Regionais de Educação e emitir documentos aos estudantes. Elas estão localizadas em todas as regiões do Estado, com concentração maior em municípios de baixo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. Mesmo assim, há estabelecimentos nessa situação em Londrina, Maringá e região metropolitana de Curitiba.
O secretário da Educação, Maurício Requião, recebeu o primeiro computador doado e o repassou à diretora Eli Maria Lange da Silva, da escola Professora Terezinha Rodrigues da Rocha, localizada em Clevelândia (Sudoeste do Estado). “Ganhamos em agilidade e qualidade já que, agora, todos poderão repassar os dados aos núcleos regionais já em CD, que não precisará mais redigitá-los”, comentou o secretário.
Esses equipamentos ficarão disponível para o serviço de secretaria das escolas, mas o secretário comprometeu-se em ampliar a informatização das escolas nos próximos três anos. “Quando conseguirmos estender a rede de fibra ótica a todas as escolas ficará melhor, mas, por enquanto, estamos trabalhando para melhorar a qualidade dos serviços prestados”, disse Maurício Requião, aos diretores que foram retirar seus equipamentos, no Provopar.
Receita – Cada computador custou cerca de R$ 1.600,00. O dinheiro foi arrecadado com a venda do terceiro lote de produtos apreendidos, doados pela Receita Federal. “Com os outros lotes ajudamos crianças carentes do Hospital Erasto Gaetner e criamos cozinhas comunitárias no Vale do Ribeira e Litoral”, informou Lúcia, completando que as ações são concentradas em geração de renda. “Com os computadores nas escolas, contribuímos, mesmo que indiretamente, ao Fome Zero”, concluiu.
A primeira diretora a receber o computador contou que sua escola tinha um equipamento antigo, comprado em segunda-mão, com apoio da APM (Associação de Pais e Mestres). “Esse computador irá para a biblioteca, o novo ficará a disposição também de professores e serão os alunos os beneficiados”, comemorou Eli. Sua situação não é tão grave quanto às das diretoras de outras escolas da zona rural de Clevelândia. Lá, nem linha telefônica chega. “Tínhamos que digitar as planilhas e boletins na casa da secretária, ou apelar para outras pessoas. Ganhamos autonomia”, resumiu Marli Zanchetti, diretora da Escola Jupira Bondervalle.