O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, lançou o programa Agroindústria Familiar – Fábrica do Agricultor - na província de Santa Fé, na Argentina, onde esteve no início desta semana. Bianchini foi à Argentina a pedido do governador da província, Hermes Biner, que está empenhado em encontrar alternativas viáveis para os agricultores familiares da região. Durante o evento de lançamento do programa, do qual participaram produtores, políticos e imprensa local, Bianchini fez uma apresentação do funcionamento da Fábrica do Agricultor e sobre os resultados alcançados durante os 10 anos de existência. Bianchini foi recebido com honras, inclusive foi agraciado com um decreto do governo de Santa Fé que o considerou hóspede de honra na província. Segundo o governador de Santa Fé, a Argentina vem enfrentando dificuldades na implementação de políticas de geração de emprego e renda. Ele se mostrou atraído pela experiência do governo do Paraná em apoiar programas de economia solidária e a forma de priorizar as políticas públicas para atender a agricultura familiar. O governo da província de Santa Fé vai seguir o mesmo modelo de incentivo à agregação de valor e geração de renda e adotou nome semelhante para o programa – Fabrica Del Productor. O coordenador do programa Agroindústria Familiar, Abdel Nasser, repassou passo por passo aos colegas técnicos argentinos como escrever, formatar e implementar o programa junto aos agricultores familiares. O próximo passo será elaborar uma agenda de trabalho, intercâmbio e consultoria para implantação efetiva do programa em Santa Fé. Segundo Nasser, os técnicos argentinos virão ao Paraná para conhecer a edição da feira Sabores do Paraná, em Curitiba, que irá comemorar 10 anos em julho de 2009. O programa Agroindústria Familiar – Fábrica do Agricultor – do governo do Paraná atende em torno de 1300 agroindústrias e beneficia cerca de 5.000 famílias. Coloca seus produtos em 61 gôndolas de supermercados, 11 centros regionais de comercialização e ainda mantém dois centros de capacitação dos produtores, em Londrina e Maringá. Os resultados positivos alcançados no Paraná atraíram o interesse dos argentinos. Entre eles, está a inclusão social da família com a agregação de valor ao produto primário. Com o programa, a família conseguiu se formalizar seu empreendimento e se adequar às exigências de mercado. Com o programa, foi possível abrir mercado para mais de 500 agroindústrias que antes não tinham acesso aos canais de comercialização. Elas conseguiram ainda acessar o mercado institucional como a oferta de produtos para a merenda escolar e nos pontos de vendas mantidos pelas prefeituras, explicou Naser. Outro ponto positivo – apontou Naser – é que ao fazer com que o atendimento à agroindústria familiar se transformasse em política pública de governo, o agricultor familiar passou a ter acesso a crédito compatível com a atividade e também à capacitação para melhorar ainda mais seus empreendimentos. Além disso, todos os parceiros de governo passaram a colaborar com o programa facilitando o enquadramento desse produtor na legislação ambiental, práticas de comercialização, etc.. No Paraná, as agroindústrias familiares também são beneficiadas com uma política tributária diferenciada, onde muitas são isentas de ICMS. Por fim, a Feira Sabores do Paraná se transformou em feira de negócios, de lançamento de novos produtos, de conhecimento do mercado e suas tendências e ainda do perfil do cliente. Por esse canal de comercialização, a agroindústria consegue saber o que o cliente almeja para planejar sua produção levando em conta essas aspirações dos consumidores. Segundo Naser, todos esses resultados que hoje são positivos, ontem foram gargalos para o avanço da agroindústria familiar mas “felizmente foram superados”. Agora o desafio a ser enfrentado está na logística. Atualmente a demanda pelos produtos da agroindústria familiar já superou a oferta e a coordenação do programa está negociando com outras instituições a abertura de linhas de transporte e de distribuição desses produtos.