Projeto do palmito juçara gera emprego e renda em Antonina

Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, investiu R$140 mil no projeto que contribui para a preservação da planta
Publicação
18/01/2010 - 11:10
A secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, visitou o projeto do palmito juçara, desenvolvido pelo Instituto Agronômico do Paraná em parceria com a Associação de Pequenos Produtores Rurais e Artesanais de Antonina, a Universidade Estadual de Ponta Grossa e com investimentos da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O projeto ainda conta com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. De acordo com Lygia, esse projeto contribui para melhorar a qualidade de vida das pessoas e incentivar a preservação ambiental. “O objetivo é que o conhecimento produzido nas instituições de pesquisa e de ensino superior sirva para melhorar a qualidade de vida das pessoas e também para aproveitar a riqueza que temos no nosso Estado”, disse. Intitulado “Geração de tecnologias para produção comercial de polpa de frutos de juçara no Litoral do PR”, o projeto pretende gerar emprego e renda aos agricultores familiares da região e contribuir com a conservação do palmito juçara, espécie hoje ameaçada de extinção. Através do Fundo Paraná, a Seti está investindo R$ 140 mil no projeto. O coordenador do projeto e engenheiro agrônomo do Iapar de Ponta Grossa, Francisco Paulo Chaimsohn, disse que as indústrias farmacêuticas, de alimentos e de cosméticos demonstraram interesse pela polpa do fruto do palmito juçara. “O apoio da Seti está sendo fundamental. Sem ele, o projeto não seria feito. A expectativa é produzir um produto de qualidade que possa ser comercializado”, afirmou. O presidente da Aspran, Gabriel Flizikowski, também está contente com os progressos conquistados após um ano de funcionamento do projeto. “Podemos dizer que 50% do projeto estão concretizados. O objetivo é a produção com qualidade da polpa do fruto da palmeira juçara, para entrar no mercado nacional e ser exportada”. O projeto beneficia diretamente nove propriedades região. Entretanto, estão sendo trabalhadas novas parcerias, que devem beneficiar ainda mais paranaense. PALMITO JUÇARA – Euterpe edulis, o palmiteiro ou palmito juçara, é o principal produto não-madeirável da Mata Atlântica. Quase chegou a ser extinto e, atualmente, é um componente escasso da floresta. Embora a extração do palmito seja uma atividade socioeconômica importante no litoral do Paraná, a legislação ambiental vigente não a permite, e a que ocorre é de modo clandestino. Entretanto, a exploração de frutos pode se tornar uma alternativa mais lucrativa do que a extração do palmito, além de contribuir para a conservação da espécie. O açaí obtido de frutos de juçara é usado na composição de bebidas energéticas, sucos, cosméticos de forma similar ao açaí produzido no Norte do Brasil. Após serem despolpados, os frutos fornecem como produto a polpa para ser consumida como alimento e uma grande quantidade de sementes usadas para o repovoamento de áreas onde o palmito foi extinto e não há mais capacidade de regeneração natural. Um aspecto positivo do manejo da juçara para a produção do açaí, em relação ao manejo para palmito, é que sua retirada implica morte da planta, que leva de cinco a oito anos para chegar a um estágio de corte, enquanto a coleta de fruto pode ser feita ano após ano com a mesma planta, pois não é necessário cortá-la. A utilização do fruto do palmito juçara também é mais rentável aos agricultores do que a extração do palmito.