Projeto desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) para aproveitamento de esterco de cavalo na produção de energia elétrica vai ser utilizado pela Polícia Militar. O estudo feito pelos departamentos de Meio Ambiente e Eletromecânica do Lactec foi iniciado em dezembro de 2005 e já vem sendo testado pelo 1.º Regimento de Cavalaria de Guarda de Brasília. O objetivo principal é produzir biogás, que pode ser utilizado como fonte de eletricidade. Além disso, os técnicos do instituto monitoram a qualidade do solo e da água da região para avaliar os impactos ambientais. O superintendente do Lactec, Aldair Rizzi, registra que a parceira do instituto com o Governo do Estado, vai trazer economia em gastos com energia. “Dentro de um processo de desenvolvimento ecologicamente sustentável vão ser introduzidos, pelo Regimento da Polícia Montada, biodigestores para o aproveitamento do resíduo dos cavalos. A energia gerada dessa maneira é ecológica, renovável e ao mesmo tempo reduz custos operacionais”, afirma. De acordo com o comandante da Polícia Montada do Paraná, major Heraldo Régis da Silva, o programa vai ser iniciado no Regimento Coronel Dulcídio, na capital, mas existe a possibilidade de ser implantado também no Haras Barigüi, da Polícia Montada, na Região Metropolitana de Curitiba. “O Lactec está nos apresentando todos os meios necessários para a implementação e a efetivação desse projeto. Nós só não o iniciamos ainda porque há a previsão de ele ser usado também no Parque Ambiental Aníbal Cury, em Almirante Tamandaré, um local que está sendo planejado para receber atividades ecologicamente sustentáveis”, explica. O haras da Polícia Militar funciona na área onde está sendo construído o parque. Reaproveitamento – O major menciona a economia que os biodigestores vão trazer para as atividades da cavalaria. “É o reaproveitamento do material orgânico, que pode ser transformado em gás metano para a utilização como gás de cozinha ou em energia elétrica para vai ser utilizada pelo próprio regimento”. Ele conta ainda que o programa possibilita menor impacto ambiental nas áreas onde ficam os cavalos. “As fezes dos animais são utilizadas para compostagem e fertilização do solo, mas esse é um processo bastante trabalhoso e de alto custo. Com o biodigestor desenvolvido pelo Lactec o material é retirado do meio ambiente ao se transformar em gás. Além disso, o resíduo líquido depurado que sobra é utilizado como fertilizante de primeira qualidade, sem necessitar de qualquer aditivo químico”, ressalta. O Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio tem sede em Curitiba, mas atende outras cinco cidades do Paraná. Atualmente mantém cerca de 90 cavalos, em sua sede no Tarumã, em Curitiba, e 82 cavalos, no Haras Barigüi, em Almirante Tamandaré.