Projeto Casa Quilombola da Cohapar recebe prêmio nacional


A cerimônia de premiação aconteceu em São Paulo no 56º Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social, da ABC, que reúne até este sábado (18) secretários de Habitação de todo o País
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16/04/2009 - 16:40
Editoria
O projeto Casa Quilombola do Governo do Estado, desenvolvido pela Cohapar, foi premiado na quarta-feira (15) com o Selo de Mérito 2008 da Associação Brasileira de Cohabs (ABC). A cerimônia de premiação aconteceu em São Paulo durante o 56º Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social, da ABC, que reúne até este sábado (18) secretários de Habitação de todo o País e autoridades do Ministério das Cidades. O projeto obteve destaque entre os demais de moradias de interesse social do País. O Casa Quilombola faz parte de uma ação inédita do Governo do Paraná para atender as cerca de 80 comunidades de descendentes de escravos no Estado. O planejamento inclui escolas, acesso viário, esgoto e energia elétrica. “Recebemos com muita humildade e grande entusiasmo este prêmio. Apenas uma única coisa pode ser melhor do que esta congratulação, que é conclusão da construção das casas para estas comunidades em todo o Paraná. Isto é uma obra de grande justiça social e de resgate da cidadania dos descendentes de escravos que foram condenados no passado a se esconderem para conquistarem a liberdade”, declarou Greca. O presidente da Cohapar ainda completou que o projeto Casa Quilombola é fruto de um árduo trabalho de toda a equipe envolvida na execução do projeto. “Compartilho o mérito deste prêmio com a valorosa equipe da Cohapar coordenada pelo antropólogo Gustavo Mussi Augusto e integrada pelos arquitetos Marcelo Ferraz e Carlos Guilherme de Albuquerque Cavalcanti. Esta equipe agora passa a fazer parte da história, melhorando significativamente a vida de muitas famílias que hoje vivem em situação precária nos quilombos”, pontuou. PROJETOS EM ANDAMENTO - O governador já autorizou a construção de 200 casas, preferencialmente nos quilombos de Palmital dos Pretos, em Campo Largo, Socavão, em Castro, e nas 13 comunidades de Adrianópolis, no Vale da Ribeira. “Essas 200 casas são o começo de um amplo programa de 800 casas que será respaldado pelo projeto do governo federal ‘Minha Casa Minha Vida’”, informou Greca. SELO DE MÉRITO 2008 – O projeto do governo do Paraná foi reconhecido como de grande importância social pela comissão julgadora formada por representantes da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal e do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat. “A premiação pela construção das casas ocorreu como reconhecimento do trabalho de resgate social e histórico realizado por parte do governo do Estado e pelo fato de que o programa da Cohapar respeita a memória cultural das populações afrobrasileiras”, explicou Greca. PROJETO QUILOMBOLAS – Em 2005, por decisão do governador Roberto Requião, foi iniciado o trabalho nas comunidades quilombolas, quando criou o grupo especial de trabalho chamado Clóvis Moura, com a missão de formular um programa de serviços públicos exclusivos aos descendentes de escravos. “O País tem uma dívida e parte dela está sendo resgatada pelo Governo do Paraná em um trabalho que acontece por determinação política do governador”, afirmou Greca, explicando que a ação pública nas áreas onde vivem os descendentes de escravos exige espírito público dos servidores. “Eles enfrentam estradas de terra transitáveis apenas quando não chove. O acesso a algumas comunidades é feito a pé, em picadas no meio do mato, e atravessando pequenas pontes improvisadas sob os rios”, explicou. A maior parte das famílias vive em condições de pobreza, cultivando alimentos e pequenos animais para o próprio consumo. Muitos ainda moram em barracos de pau-a-pique misturado com barro, divisórias em bambu, pouca mobília, chão batido e fogão de barro a lenha. A cozinha normalmente fica do lado de fora, separada da casa. PRÊMIOS - A Cohapar também já foi premiada pela Associação Brasileira de Cohabs pelos programas Casa da Família Indígena no ano de 2006, e, em 2007, pelo projeto do Bairro Novo do Guarituba, em Piraquara, onde a Companhia executa o maior programa de regularização fundiária do país.

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