A Copel está expondo, na III ReciclAção – Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental, quatro projetos que mostram seu comprometimento com a preservação ambiental, a reutilização de materiais e o reaproveitamento de recursos. A feira acontece no Unimed Expo, anexo à Unicenp, em Curitiba, e pode ser visitada, gratuitamente, até este sábado (14).
Um dos projetos apresentados pela Copel trata da recuperação de medidores de energia. Quando esses aparelhos estão deteriorados devido à ação do tempo ou apresentam algum outro tipo de problema, eles são recolhidos e, sempre que possível, renovados para que voltem a ser instalados na caixa de luz dos seus consumidores.
A iniciativa prova que ser ambientalmente responsável é, literalmente, um bom negócio: somente em 2008, a Companhia deve economizar mais de R$ 8 milhões de reais recuperando 80 mil aparelhos. Isso porque cada medidor novo custa em média R$ 135, enquanto o gasto com a recuperação de um equipamento usado gira em torno de R$ 26.
TRATAMENTO – Os medidores da empresa que vão para o “hospital” passam por um tratamento que começa com a limpeza, manutenção e troca de peças, quando necessário, e termina com a calibração em um posto de ensaio da Copel credenciado pelo Inmetro, que testa, certifica e lacra os equipamentos em condições de uso.
Segundo João Carlos Lavado, da Superintendência Comercial de Distribuição da estatal, esse trabalho de recuperação de medidores vem sendo desenvolvido desde 1994 e aumenta a cada ano. “O objetivo é dar ao medidor velho as características de um novo e, quando isso não é possível, encaminhar as peças para reciclagem, evitando que toneladas de plástico, metal e vidro sejam lançadas no ambiente”, destaca.
Em visita à feira, o catarinense André de Souza ficou impressionado com os programas ambientais que conheceu no estande da Companhia: “É tudo muito interessante. Eu não sabia, por exemplo, que medidores podiam ser recuperados. O ideal seria que todas as empresas seguissem o exemplo da Copel”, diz.
ÓLEO – Se os medidores geram economia, a utilização de óleo vegetal nos transformadores e a regeneração de óleo isolante são projetos que dão conta de um passivo ambiental que toda empresa do setor elétrico precisa assumir para fornecer eletricidade e levar conforto aos clientes. São fluidos utilizados para isolar, refrigerar e proteger componentes e equipamentos elétricos, estimados em 10 milhões de litros contidos em 748 transformadores espalhados pelo Estado.
O processo de recuperação do óleo pode ser acompanhado pelo visitante e é explicado pelo técnico Pedro Carpenedo, autor do projeto que valeu à Copel um prêmio nacional de ecologia. “O óleo é filtrado numa argila especial, chamada terra Fuller, e volta a ter as mesmas características isolantes”, detalha Carpenedo. “Na Copel nós também reciclamos essa argila, evitando que seu descarte contamine o solo e poupando recursos financeiros e ambientais, pois é uma argila importada e cara”.
Desde março de 2005, a Copel também vem testando o uso de óleos vegetais – obtidos da soja, arroz, mamona e girassol – em substituição ao óleo mineral derivado de petróleo nos transformadores que utiliza. Os testes irão confirmar se o óleo vegetal empregado, que oferece menos risco de explosão e de danos ambientais, alcança os padrões técnicos mínimos de desempenho operando no interior de um equipamento elétrico. O visitante poderá ver de perto um transformador abastecido com óleo vegetal.
ESTANDE – No estande montado pela estatal na ReciclAção, visitado e elogiado durante a abertura do evento pelo vice-governador Orlando Pessuti, a preocupação com o meio ambiente fica evidente já nos materiais utilizados. Carretéis de cabos, bobinas de condutores elétricos e caixas para acondicionamento de transformadores viraram paredes e mesas. Já o piso e todo o restante do mobiliário foram confeccionados em OSB, um tipo de painel de tiras de madeira de reflorestamento, mais econômico e ecologicamente correto. E, arrematando a decoração sustentável, banners feitos de um tipo de tecido produzido a partir de garrafas plásticas de refrigerante.
Mesmo com todos esses cuidados, a empresa ainda dá uma correta destinação ao material orgânico proveniente dos refeitórios da Hidrelétrica de Salto Caxias e da Usina a Gás de Araucária. Nestes locais, as sobras de alimentos e as cascas de verduras passam pelo processo de compostagem, que consiste na decomposição do material orgânico transformando-o em húmus. Só na Usina de Araucária, onde trabalham 50 empregados da Copel, uma tonelada de resíduos deixa de ser enviada mensalmente para o aterro sanitário da cidade para ser transformada em adubo, que por seu turno é empregado no ajardinamento e no reflorestamento do entorno da termelétrica.