Programa de recuperação de solos nas áreas de microbacias será lançado no Show Rural

A Secretaria da Agricultura escolheu a região Oeste para o lançamento do programa, em função de seu pioneirismo no restabelecimento dos trabalhos de recuperação do solo e de áreas degradadas em microbacias
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06/02/2009 - 15:24
Editoria
A região Oeste saiu na frente com o programa de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias, anunciado em outubro do ano passado durante apresentação na Escola de Governo. Já são duas as microbacias que estão em fase de recuperação de áreas degradadas: a microbacia do Rancho Fundo, no município de Corbélia, com 6.075 hectares. E a microbacia do Rio Peroba, entre Cascavel e Santa Thereza do Oeste, com 7.434 hectares. A Secretaria da Agricultura escolheu a região Oeste para o lançamento do programa, em função de seu pioneirismo no restabelecimento dos trabalhos de recuperação do solo e de áreas degradadas em microbacias. Nesta segunda-feira (09), o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, lança o programa na região Oeste no Show Rural, promovido pela Coopavel, em Cascavel. Ele vai discutir com agricultores e lideranças da região o programa que promete atacar a degradação ambiental no meio rural numa visão sistêmica, ou seja com o envolvimento de vários órgãos de governo e da sociedade civil ao mesmo tempo. O encontro de Bianchini com os agricultores vai acontecer logo após a abertura do Show Rural de Cascavel. O secretário estará acompanhado do presidente da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), Marcos Vilas Boas Pescador, para discutir também ações estratégicas do Estado para a agricultura paranaense e a consolidação do Conselho Regional de Desenvolvimento Rural do Oeste. O programa de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias tem como objetivo melhorar a qualidade das águas no Paraná, incluindo o uso, manejo e conservação adequada do solo, da água e das florestas nos ambientes urbano e rural, além de promover a utilização correta das terras, com a sustentabilidade dos meios produtivos, a melhoria da infra estrutura (estradas rurais e sistemas de abastecimento de água), educação ambiental. “Esta é a visão sistêmica na recuperação das áreas degradadas, onde a prioridade será a atenção aos agricultores familiares”, disse o Bianchini. O programa deverá ser executado num prazo de cinco anos e a meta é trabalhar 61 microbacias no interior do Estado, num total de 1.569.741 hectares. Segundo o secretário, a metodologia utilizada será a educação ambiental com o envolvimento de toda a sociedade e todas as instituições, já que o consenso é que o setor agrícola não é o único responsável pela degradação do meio ambiente no meio rural. Ele é resultado de uma serie de fatores difusos que provocam a degradação do solo. Daí o envolvimento simultâneo de órgãos públicos como secretarias da Agricultura e do Abastecimento, do Meio Ambiente, Emater, Sanepar, Suderhsa, Instituto Ambiental do Paraná, Copel e representantes da agricultura que são usuários das águas das microbacias. A recuperação das microbacias inicia com um diagnóstico da área, planejamento e captação de recursos já que são vários os órgãos financiadores desde o Tesouro do Estado até recursos federais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Agricultura (Mapa), Meio Ambiente (Minc) e dos próprios usuários. Os órgãos envolvidos vão financiar parte dos recursos à medida que eles conseguem reduzir os impactos em suas áreas de influência. Bianchini citou como exemplo a poluição dos rios causada pela erosão do solo que provoca impacto no fornecimento de água limpa nos meios urbanos. Para gastar menos com limpeza da água a Sanepar vai investir para ajudar a manter os rios limpos, disse o secretário. Os órgãos envolvidos com a produção veem nesse programa uma oportunidade para aumentar a fertilidade dos solos, que resulta na elevação da produtividade das lavouras e da eficiência no campo. Programas semelhantes já realizados no Paraná comprovaram que as culturas de feijão, milho, soja e trigo são as que mais respondem ao aumento de produtividade após o trabalho de recuperação dos solos em microbacias. Como resultados socioeconômicos desse programa, já foi possível comprovar a redução de custos com manutenção de estradas rurais, aumento da renda bruta das famílias, proveniente do aumento da produção e redução de custos com agrotóxicos e fertilizantes.

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