Programa auxilia agricultura em comunidades indígenas

Extensão rural em áreas indígenas une desenvolvimento tecnológico ao conhecimento tradicional
Publicação
11/12/2009 - 16:50
A Secretaria de Assuntos Estratégicos do Paraná promoveu, nesta sexta-feira (11), reunião do grupo de trabalho responsável pelo programa de desenvolvimento da produção agrícola nas comunidades indígenas do Paraná. O encontro contou com a presença de técnicos do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), da Secretaria da Educação e da Secretaria de Agricultura e serviu para avaliar os resultados do programa em 2009 e planejar as próximas ações do grupo. O projeto faz parte das medidas executadas pelo Governo do Paraná para reduzir a desnutrição nas áreas indígenas e em quilombolas e que conta com a participação da Funai, da Funasa, da Conab, do Ministério Público do Paraná, da Defesa Civil e das secretarias do Trabalho, da Educação, da Criança e de Relações com a Comunidade e do Conselho Estadual para a Segurança Alimentar. “O governador Requião determinou o desenvolvimento deste projeto, que garante o atendimento às necessidades básicas de cidadania das comunidades indígenas”, disse o secretario de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira. O grupo de trabalho identificou áreas indígenas onde vivem comunidades em estado de “insegurança alimentar”. Nestas áreas, a agricultura e a pesca são insuficientes à subsistência das comunidades por razões como o esgotamento do solo, fatores climáticos, econômicos e ambientais. “Nas aldeias mais afetadas, que apresentaram os níveis mais graves de desnutrição, foram tomadas providencias em caráter emergencial com distribuição de alimentos pela Defesa Civil”, explicou Nizan. Nas demais comunidades indígenas paranaenses foram desenvolvidas ações para qualificar a distribuição de sementes, principalmente de milho e feijão. Os técnicos da Emater prestaram assistência à produção da safra agrícola, incentivando formas sustentáveis de plantio, manejo e geração de renda. “Como as lavouras são para alto consumo, as técnicas de plantio devem ser voltadas ao ritmo e a realidade de cada comunidade. O nível de produção precisa ser adequado a demanda de consumo” explicou Sergio Schilichta, técnico da área de inclusão social da Emater. “O interesse da Emater é desenvolver estratégias para a produção de alimentos nas áreas indígenas, respeitando os valores culturais e aspectos ambientais próprios destas comunidades”, afirmou Schilichta. Segundo Nizan Pereira, o Governo do Paraná tem a preocupação de promover o desenvolvimento técnico sem desrespeitar os valores tradicionais dos povos indígenas ao articular o plano de trabalho para o próximo ano. “Este projeto vai até as aldeias e escuta a necessidades dos cidadãos. Precisamos ter em mente que os indígenas já pescavam, plantavam, colhiam e tinham tradição habitacional antes da chegado dos colonizadores. O governo tem o dever de levar o aparato tecnológico disponível e aprender com esta tradição, numa política pública de mão dupla” afirmou. As áreas que receberam atenção especial da Emater são as maiores reservas indígenas, onde vivem cerca de 70% da população, nas regiões central, sudoeste e litoral do Estado. “Este programa evidencia o compromisso do Governo do Paraná, em ampliar os benefícios das políticas públicas para estes segmentos da população, que historicamente ficaram a margem destes direitos. Isto é a pratica da inclusão social, com o desafio de garantir a sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida destes povos”, disse Nizan.