Programa Universidade Sem Fronteiras começa a executar mais 150 projetos

Novo subprograma vai reunir educadores, recém-formados e estudantes universitários para desenvolver trabalhos em medicina alternativa
Publicação
04/11/2009 - 19:50
A partir deste mês, mais 150 projetos de extensão serão executados pelo programa Universidade Sem Fronteiras. Com isso, chega a 601 o número de iniciativas desenvolvidas em todo o Estado desde 2007. Um novo subprograma, de Ações de Apoio à Saúde, vai reunir educadores, profissionais recém-formados e estudantes universitários para desenvolver trabalhos em medicina alternativa, conhecimento popular e plantas medicinais. Novos editais também foram abertos nas áreas de Apoio às Licenciaturas e Incubadora dos Direitos Sociais. Presente em 280 municípios paranaenses, prioritariamente naqueles com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Universidade Sem Fronteiras envolve 5,4 mil bolsistas e 68 entidades de ensino superior e de utilidade pública, como universidades, faculdades, associações e movimentos sociais. Até o final de 2010, o Governo do Paraná vai investir R$ 45 milhões no programa, com o objetivo de garantir acesso ao conhecimento, troca de experiências e melhorar a qualidade de vida de comunidades carentes através da formação cidadã. “Nos últimos dois anos, o programa tem modificado o modo de formar profissionais nas universidades paranaenses, porque os alunos entendem que o compromisso social é um dos quesitos mais importantes no processo de formação e um diferencial na carreira acadêmica. Queremos dar oportunidade para que nossos alunos atuem naquelas regiões que mais precisam”, afirma a secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto. Dividido em sete subprogramas, o Universidade Sem Fronteiras atua no apoio à agricultura familiar e pecuária leiteira; extensão tecnológica empresarial; diálogos culturais, saúde e apoio à educação básica. “Desse modo, a geração de emprego e renda, educação e defesa dos direitos sociais são trabalhados de forma integrada. Ganha a universidade, que abre espaço para o diálogo com o conhecimento popular, e ganha a comunidade, que passa a ter acesso aos conhecimentos da academia”, ressalta Lygia. DIFERENCIAL - Considerado no meio acadêmico o maior programa de extensão universitária do Brasil, o Universidade Sem Fronteiras inova ao incluir profissionais recém-formados na equipe multidisciplinar responsável pelos projetos. A medida, inédita no País, ajuda na conquista do primeiro emprego e garante experiência profissional aos participantes. “O programa promove a interação entre estudantes de graduação, profissionais que se formaram em um período de dois anos, professores, membros das instituições estaduais e federais públicas de ensino superior e as comunidades paranaenses”, explica o reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, João Carlos Gomes. Todos os participantes recebem uma bolsa auxílio e as universidades têm uma verba mensal para custeio de gastos e compra de equipamento. O Governo do Estado também ofereceu às instituições estaduais veículos novos para o transporte das equipes, já que a maioria dos projetos acontece em áreas remotas e na zona rural. Os resultados obtidos pelo programa paranaense chamaram a atenção dos franceses da região de Rhône-Alpes, que pretendem implantar um programa de extensão semelhante. Desde outubro, 111 alunos da França estão no Paraná e participam de projetos em diversas cidades. Frádéric Lescat, que acompanha as atividades do grupo no Paraná, conta que a troca de experiências faz parte do acordo de cooperação entre as regiões e que o Universidade Sem Fronteiras é visto como modelo para atender a demanda de acadêmicos e empresários do setor produtivo francês. “A idéia é criar um programa de extensão nos mesmos moldes, capaz de gerar troca de sabedorias”, adianta. “Da mesma forma, os franceses trazem ao Paraná os conceitos de economia de conhecimento e pólos de competitividade. São noções muito comuns na Europa e relativamente novas no Brasil, mas que se encaixam muito bem na proposta do Universidade Sem Fronteiras”, completa.

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