Programa Olhar Brasil é lançado oficialmente no Paraná

O programa foi lançado em Campo Largo e tem por objetivo proporcionar boa visão a todos os alunos do ensino fundamental da rede pública e aos jovens e adultos do Paraná Alfabetizado.
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27/11/2010 - 18:00
Editoria

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O secretário da Saúde, Carlos Moreira Júnior e o secretário da Educação Altevir Rocha de Andrade lançaram neste sábado (27) em Campo Largo, o programa Olhar Brasil, que tem por objetivo proporcionar boa visão a todos os alunos do ensino fundamental da rede pública e aos jovens e adultos do Paraná Alfabetizado. Moreira, que é médico oftalmologista, coordenou a equipe que diagnosticou problemas de visão em cerca de 100 alunos cadastrados pelo programa Paraná Alfabetizado em Campo Largo, Campo Magro e Balsa Nova.
O secretário da Saúde enfatizou que o aprendizado está diretamente relacionado a capacidade da pessoa enxergar bem. “ Quando a visão é corrigida o rendimento escolar e a autoestima melhoram muito. O programa Olhar Brasil é uma feliz união entre assistência a saúde e melhoria da educação”, disse.
Cerca de 100 mil consultas serão realizadas por ano em diversos municípios do Paraná. Com investimento total de R$ 1,4 milhão, o programa será operacionalizado em parceria com a Secretaria da Educação. A Secretaria da Saúde já capacitou professores do programa Paraná Alfabetizado e capacitará também professores do ensino fundamental para identificar os alunos que apresentam dificuldades de visão.
Moreira ressaltou que muitos dos alunos atendidos neste primeiro mutirão tiveram acesso a primeira consulta oftalmológica da vida. “Muitos adultos não aprenderam a ler e a escrever quando eram crianças porque sempre tiveram dificuldade para enxergar. E agora, quando retornam a escola pelo programa Paraná Alfabetizado, poderão ter a oportunidade de corrigir o problema de visão gratuitamente”, afirmou.
Depois de passar pela triagem, os alunos serão encaminhados para o médico especialista indicado pela regional de saúde, onde farão a consulta e, se necessário, receberão os óculos gratuitamente. Se o problema de visão for mais sério, o aluno será encaminhado ao centro de referência para continuidade ao tratamento.
Em Campo Largo, as consultas foram realizadas na estrutura montada na Escola Estadual Macedo Soares. Uma Van equipada com diversos equipamentos oftalmológicos estava disponível para os médicos realizarem exames nos pacientes. Dentre os primeiros 100 alunos avaliados, a maioria foi diagnosticada com hipermetropia (dificuldade para enxergar perto) e presbiopia (vista cansada). Também foram avaliados pacientes com catarata, glaucoma, e problemas na retina em consequência da toxoplasmose (doença relacionada à ingestão de alimentos e água contaminada pela urina do gato).
De acordo com dados do censo escolar 2006, estima-se que 10% das crianças em idade escolar necessitam de óculos. Estima-se também que pessoas com mais de 40 anos têm, em maior ou menor grau, alguma dificuldade de leitura. “O programa Olhar Brasil é maravilhoso porque proporciona aos alunos de baixa renda o acesso a saúde. Agradeço a cada professor envolvido neste projeto”, disse o secretário da Educação.
João Maria Ferreira do Santos, 48 anos, agricultor, foi um dos primeiros pacientes atendidos pelo mutirão. Ele foi diagnosticado com miopia (dificuldade para enxergar longe) e presbiopia (vista cansada) e vai receber os óculos na secretaria municipal de Balsa Nova, onde reside. “Estou muito satisfeito porque consultei com um oftalmologista recentemente, mas não dei continuidade ao tratamento porque o custo dos óculos era muito alto. Nunca imaginei que voltar a estudar me proporcionaria também um tratamento de visão completo”, disse.
Dona Judite Martins de Lisboa, 65 anos, moradora do distrito de São Pedro – Campo Largo teve acesso a primeira consulta oftalmológica de sua vida e descobriu que está com catarata e retina ressecada, em razão da idade. Ela recebeu a indicação de um colírio e já saiu do local com a cirurgia encaminhada e com a receita dos óculos para a correção de hipermetropia (visão de perto). “Sinto dor de cabeça há bastante tempo e imaginava que podia ser problema de visão, porque a vista fica embaralhada. Mas como moro no interior fica difícil consultar um especialista. Agradeço a Deus por esta oportunidade e vou rezar para que tudo certo na cirurgia”, disse.
Dona Tereza de Jesus Costa, 55 anos, moradora de Campo Largo não conteve a emoção quando recebeu a receita dos óculos para a correção da visão. “To muito feliz de ter conseguido esta consulta, porque sei o quanto é difícil. Agradeço a todos por esta chance”, desabafou.

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