O programa Casa da Família Indígena, desenvolvido pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), será implantado, nos próximos meses, pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo. A companhia paulista vai utilizar os modelos de casas implantadas nas comunidades indígenas de Chopinzinho e na Ilha da Cotinga, em Paranaguá. “Tomamos conhecimento do Programa Casa da Família Indígena e achamos muito oportuna a iniciativa do governo do Paraná em incluir, em suas políticas públicas, o atendimento habitacional às comunidades indígenas do Estado”, afirmou o diretor de planejamento e gestão da CDHU, Reinaldo Iapequino. A CDHU está implantando o Programa de Moradia Indígena, que vai atender as comunidades da etnia Guarani de São Paulo, e solicitou à Cohapar doação dos projetos executivos da Casa da Família Indígena. “Este projeto permitirá a agilização das atividades e dos prazos necessários para o atendimento de nossas comunidades”, declarou Iapequino. Para o presidente da Cohapar, Rafael Greca, é uma honra ceder um projeto destes para São Paulo. “Isso demonstra o reconhecimento pelo nosso trabalho e é a proliferação da política pública do Paraná, que inclui o atendimento às comunidades indígenas”, afirmou. Para Greca, a troca de projetos entre companhias de habitação deve ser ampliada. “É importante trocarmos experiências. Assim ganhamos tempo e temos certeza de qualidade no projeto a ser implantado”. Greca ainda lembra que o Programa Casa da Família Indígena foi destaque no boletim “Informes do FNSHDU”, informativo do Fórum Nacional de Secretários de Habitação e Desenvolvimento e Associação Brasileira de Cohabs (ABC), por ter sido o primeiro sistema do gênero implantado no Brasil. A Cohapar está encaminhando os projetos para a CDHU de São Paulo e, nos próximos dias, representantes da companhia paulista devem vir ao Paraná para visitar as comunidades indígenas de Chopinzinho e da Ilha da Cotinga. Casa da Família Indígena – O programa foi implantado pelo Governo do Paraná em 2003, para resolver o problema de falta de moradia nas comunidades indígenas do Estado, que estavam se transformando em favelas rurais. Para desenvolver os projetos, a Cohapar contou com a participação de lideranças de comunidades e indigenistas, que trabalharam em conjunto com arquitetos e engenheiros da companhia para chegar aos projetos finais. O resultado são casas projetadas para respeitar as características e tradições indígenas, utilizando uma estrutura moderna e prática. A Cohapar desenvolve dois projetos diferentes de Casa da Família Indígena: um direcionado às comunidades da etnia Kaingang e outro para a Guarani. As casas têm 52 m², dois quartos, sala, cozinha, banheiro externo, varanda e instalações elétrica e hidráulica completas. As moradias são produzidas com tipologia mista, ou seja, são construídas em alvenaria e madeira e são cobertas com telhas cerâmicas. Todas as casas têm fogo de chão, uma tradição indígena, e são colocados na varanda.