O presidente da Companhia de Habitação do Paraná, Rafael Greca, recebeu uma comitiva do Centro de Ecologia Humana da Universidade de Pádua, em Padova (Itália), a segunda mais antiga do mundo. O professor Gabrielle Righetto, fundador e mentor do Centro di Ecologia Umana, que está em Curitiba para conhecer o programa de urbanização de áreas em ocupações irregulares, elogiou a política habitacional do Governo do Paraná. “O que a Cohapar faz é ecologia humana. Esta Companhia realiza na prática aquilo que foi pensado na universidade de Pádua na teoria”, destacou o professor. Righetto relata a frieza em que se encontra a Europa sem a integração da natureza e a comunidade. Para ele a existência dos parques e das áreas verdes nos projetos da Cohapar dá às pessoas a possibilidade de desenvolverem as suas identidades. Righeto disse ainda que o Brasil, por suas diversidades culturais e de sua gente, “com uma democracia florescente”, é capaz de reinventar a história. “Onde tudo está construído não há possibilidade de futuro”. Segundo ele, quem for capaz de gerir o desafio do poder local, com uma visão global, será o mais capaz de ter progresso nos próximos 40 anos. “É importante construir um futuro sabendo lidar com as diferenças”. Para Righeto, a pobreza brasileira é o desafio que vai garantir o futuro do País. Rafael Greca ressaltou a importância da troca de experiências. “A presença de Righetto na Cohapar, orientador de um ateliê de planejamento urbano voltado para a ecologia humana, é uma ocasião auspiciosa de intercâmbio cultural e urbanístico. É o reconhecimento da comunidade acadêmica internacional para com o trabalho social do governo do Paraná”. O presidente apresentou e detalhou os projetos de reordenação dos espaços da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) realizados com recursos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e desenvolvidos pelo Governo do Estado. Greca destacou o empenho do governo, por meio da Cohapar, Sanepar e secretarias de Estado, em revitalizar áreas metropolitanas, entre as quais a do projeto Guarituba, em Piraquara, onde vivem 12 mil famílias em área do manancial que abastece a Grande Curitiba. Rafael Greca fez questão ainda de destacar as melhorias realizadas nas regiões onde os projetos da Cohapar estão sendo implantados, entre eles os telecentros Paranavegar, um local dotado de computadores, com acesso gratuito à internet e que oferece aos moradores cursos de capacitação profissional. “É importante valorizar a integração entre as vizinhanças, o valor da periferia e o convívio entre as pessoas”, enfatiza o professor da Universidade de Pádua. Guarituba – Após conhecer os projetos desenvolvidos pela Companhia, o professor e filósofo Righetto foi ao Guarituba, em Piraquara (RMC), para conhecer o maior projeto de regularização fundiária em execução no País que está sendo realizado com recursos do PAC, com contrapartidas dos governos Estadual e Municipal. “Tudo o que eu havia pensado durante a visita à Cohapar constatei em campo. O Guarituba é um projeto inigualável. Venho de uma civilização onde a crosta urbana é toda de cimento, o oposto do que constato aqui”. Righetto ainda enfatizou que deseja colaborar com o desenvolvimento do projeto oferecendo metodologias do Centro di Ecologia Umana. “Nunca vi um projeto como este. O Guarituba pode servir de exemplo para o mundo. A integração entre as pessoas, natureza e mananciais de água promovida aqui pode acabar com os guetos. Vamos trocar experiências”, finalizou. Padova – A Universidade de Padova é a segunda mais antiga do mundo, e teve entre seus doutores Santo Antônio de Pádua, conhecido dos brasileiros. Além de Andrèa Palladio, o mais importante arquiteto do renascimento italiano, falecido em 1508.