Após 30 dias de vigência do vazio sanitário, quando está proibido manter a presença de plantas vivas de soja no Paraná – a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) tem constatado plantas remanescentes (resteva). A Seab alerta aos produtores que essas plantas vivas de soja remanescentes da safra passada, podem ser hospedeiras do fungo da ferrugem asiática, os quais se mantêm vivos até a próxima safra, podendo causar prejuízos na lavoura. O vazio sanitário se prolonga até o dia 15 de setembro e a Seab pede ao produtor para que elimine totalmente os restos de cultura que ainda são encontrados em áreas rurais e urbanas.
A engenheira agrônoma do Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária (Defis), Maria Celeste Marcondes, chama a atenção dos produtores para o aumento das notificações e autuações verificadas neste período do vazio sanitário, em relação ao mesmo período do ano passado. Em um mês foram feitas 86 notificações, referentes à incidência de plantas vivas de soja, correspondendo a uma área de 4.710 hectares, que resultaram em 47 autos de infração. “No ano passado tivemos uma geada no dia 15 de junho - no primeiro dia do vazio sanitário, eliminando quase a totalidade das plantas de soja remanescentes no Estado” cita a engenheira, que é responsável pela área de sanidade de grandes culturas.
Os autos de infração são processos que podem resultar em advertência ou multa ao produtor. Marcondes explica que o vazio sanitário é uma exigência legal, estabelecido por Instrução Normativa Federal, a que o governo do Paraná aderiu, após ampla discussão com todo o setor produtivo de soja. Durante três meses do ano, entre 15 de junho a 15 de setembro, não pode haver plantas vivas de soja no campo, nas mediações das indústrias ou nas margens das estradas.
O objetivo é evitar a incidência do fungo da ferrugem asiática, que se hospeda nas plantas de soja viva, onde permanece viável até a próxima safra. A doença provoca grandes perdas econômicas aos produtores, pois reduz a produtividade e aumenta os custos de produção diante da necessidade de aplicação de fungicidas para o controle da doença que é muito agressiva a cultura da soja, sem contar os danos ao meio ambiente.
Marcondes cita informações de uma grande cooperativa de produção no Estado, que revela que o número de aplicações de fungicidas para controle da ferrugem asiática na soja em 2006/07 foi em média 2,3 aplicações. Na safra seguinte 2007/08, já com a implantação do vazio sanitário da soja reduziu para 1,8 aplicação, na safra seguinte em 2008/09 o número de aplicações caiu ainda mais, para 1,3 aplicação e, no ano passado, safra 2009/10, teve um aumento para 1,8 aplicação.
A explicação para a redução nas aplicações de fungicida verificado nas três primeiras safras citadas deve-se a vários fatores. Um deles é o clima e os cuidados que vêm sendo tomado pelos produtores em eliminar as plantas de soja viva, respeitando o vazio sanitário por entenderem que se trata de um benefício para eles próprios. Contudo, na ultima safra, o aumento de aplicações pode ser explicado pelo excesso de chuvas nos meses de janeiro a março, aliado às altas temperaturas, o que favorece a proliferação do fungo da ferrugem asiática.
Produtor precisa retirar plantas vivas de soja e cumprir com o vazio sanitário
A determinação tem vigência até o dia 15 de setembro e a SEAB pede ao produtor para que elimine totalmente os restos de cultura que ainda são encontrados em áreas rurais e urbanas
Publicação
26/07/2010 - 14:00
26/07/2010 - 14:00
Editoria