Presidente do PC do B propõe política que defenda interesses dos trabalhadores

De acordo com Renato Rabelo, a crise global não é apenas econômica, mas política
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26/03/2009 - 12:06
Editoria
O jornalista e presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PC do B), Renato Rabelo, propôs nesta quinta-feira (26), em Foz do Iguaçu, a adoção de uma posição política que defenda os interesses dos trabalhadores, em palestra realizada no segundo dia do seminário ‘Crise: Desafios e Soluções na América do Sul’, promovido pelo Governo do Estado. De acordo com Rabelo, a crise global não é apenas econômica, mas política. “Quem é que paga pela crise? A lógica capitalista é empurrar à população, os grandes oligopólios são salvos. Precisamos de caminhos alternativos. Não se trata apenas de resolver aspectos econômicos. Os países desenvolvidos estão empurrando os problemas para os paises periféricos. É necessário defender os empregos e a renda do trabalhador. Trata-se de uma luta política. Nós vamos salvar os responsáveis por ela? Esta não é a alternativa”, afirmou. Segundo Rabelo, a integração entre os países da América Latina é outro aspecto fundamental para superar a crise. “O Brasil tem um papel importante e deve abrir mão de posições a favor de nações com condições mais difíceis. A elite brasileira é arrogante com os menores e dócil com o imperialismo norte americano. A minha compreensão é o contrário, devemos enfrentar a crise em nosso continente”, disse. “A soberania dos países latino-americanos será mais forte com esta aproximação. Esta é uma saída importante. Nós já temos um lastro construído e poderíamos dar um grande passo adiante. O mais importante da nossa história política é a fase de integração que já nos encontramos. Uma crise deste porte não pode ser resolvida nos marcos do sistema capitalista. A crise atual é civilizacional, o capitalismo que conhecemos se tornou impotente”, ressaltou. O jornalista argumentou que a interdependência entre os países a vulnerabilidade externa são os principais responsáveis pela crise mundial. “Esta crise sistêmica, que muitos dizem que é uma crise econômica, é na realidade uma crise do capitalismo. É uma crise de grande dimensão, comparável com a grande depressão de 1929, mas ela vai além, pois sai do processo de globalização. Saídas financeiras e sociais são discutidas, mas não podemos esquecer da política”, afirmou. “O presidente Barack Obama está seguindo a mesma linha econômica financeira do governo de Bush. Comprar ativos podres com o dinheiro do povo é um absurdo. Para responder a esta crise é preciso uma luta política. Obama quer se conciliar com os interesses financeiros que foram atingidos. Eu volto a enfatizar o aspecto político da crise. Para ser resolvida, ela requer soluções e caminhos alternativos”, destacou. Rabelo ressaltou que a iniciativa do governador Roberto Requião é fundamental para encontrar soluções concretas. “Discutir os problemas que enfrentamos e a integração é muito importante a toda a nação. Um seminário como este tem um valor cultural, político e moral. Daí a importância dessa clareza que o governo do Paraná tem”, falou.

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