Presidente da Ferroeste contesta reportagem da Rede Globo

Samuel Gomes assina a nota “TV Globo tenta criar caos ferroviário no Paraná”
Publicação
24/02/2007 - 19:44
Editoria
TV Globo tenta criar caos ferroviário no Paraná A Rede Globo de Televisão prestou nesta sexta-feira (23) mais um desserviço aos brasileiros, aliado ao que já se tornou uma contumaz falta de ética e de compromisso com a verdade. Ao divulgar pretensa matéria jornalística que denominou “Gargalo da produção agrícola do Paraná”, apontou a falta de vagões da Ferroeste como principal entrave no escoamento da produção da região Oeste do Estado e, em dois minutos, distorceu fatos e declarações que agridem o princípio básico da informação isenta e objetiva. Bem, não há o que esperar de uma rede de televisão que monopoliza a informação conforme os interesses de mercado, que se atrelou à ditadura, que omitiu a vontade do povo brasileiro pelas Diretas Já, que sataniza os movimentos sociais e que tenta, sistematicamente, interferir no processo eleitoral, mas que vem sofrendo sucessivas derrotas políticas das forças progressistas deste País e deste Estado. Não é por menos que a TV Globo distorce, omite e mente descaradamente. Mas vamos à dita “matéria” que a TV Globo fez contra a Ferroeste. A emissora aponta a “falta de vagões na ferrovia estatizada pelo Governo do Estado.” E o bojo da matéria pretende induzir o seguinte raciocínio torto e falso: até a safra anterior, o escoamento se dava pela ferrovia, que era privada; nesta safra, uma vez que a ferrovia foi “estatizada”, isso não é mais possível, pois não há vagões em número suficiente. A “matéria” ainda diz que a falta de vagões se deve à retirada de vagões por parte da empresa privada que os locava para a Ferropar – nota-se a falência da subconcessionária decretada pela Justiça sequer foi mencionada.. A Globo quer dar a entender aos brasileiros que a retomada da ferrovia pelo Estado gerou um problema para os produtores e prejuízos para o escoamento da safra. Essas são mentiras deslavadas de quem calou nos últimos dez anos, enquanto a Ferroeste era saqueada por uma quadrilha que agora conspira contra o sucesso da sua retomada pública. A calhordice e a maneira criminosa de desinformar a população, usadas pela Rede Globo, faz-nos mais uma vez esclarecer publicamente os fatos: a) A ferrovia, nos dez anos de privatização, jamais atendeu às necessidades dos usuários. A empresa privada Ferropar nunca cumpriu o contrato com a Ferroeste e por isso foi decretada sua falência pela Justiça, dezembro de 2006: dos R$ 136 milhões que deveria haver investido, investiu R$ 4 (quatro!), das 60 locomotivas de 2500 HP que deveria colocar em operação aportou 15 velhas locomotivas da década de 1960, remodeladas e de potência inferior (1600 HP); dos 732 vagões que deveriam estar em operação, colocou 60; deixou de transportar 20 (vinte) milhões de toneladas, gerando um prejuízo aos produtores superior a R$ 370 milhões, dos quais mais de R$ 140 milhões de pedágio rodoviário. Sobre isso, a Globo, conivente com a quadrilha que saqueava o Estado, calou-se. b) No período do contrato (dez anos), a quadrilha da Ferropar deixou de pagar à Ferroeste mais de R$ 83 milhões pelo uso da ferrovia. Este valor seria suficiente para que a Ferroeste comprasse mais de 500 vagões ou 80 locomotivas. Sobre isso, a Globo, conivente com a quadrilha que saqueava o Estado, calou-se durante dez anos. c) A Ferropar, sob o silêncio conivente e cúmplice da Rede Globo, não possui patrimônio para pagar sua dívida com a Ferroeste e seus sócios têm sede em paraísos fiscais. Tudo vai virar papeles caribeños. Ou seja, a quadrilha que pilhou a Ferroeste, aplicou um golpe contra o Estado do Paraná durante os dez anos, com o silêncio cúmplice da Rede Globo. d) A quadrilha (Ferropar) locou de empresas do seu grupo (Transferro e Ferrovia Teresa Cristina) 15 locomotivas e 63 vagões. Assim que a falência da Ferropar foi decretada, as referidas empresas tentaram causar o caos no transporte da safra, furtando peças de locomotivas e notificando a Ferroeste para entregar a frota em 48 horas. Em defesa dos produtores, o governador Requião, a pedido da Ferroeste, decretou (Decreto 10/2007) a requisição da frota para atender ao escoamento da safra. Em razão do decreto, nenhuma locomotiva ou vagão foi retirado da operação. Logo, é mentira da TV Globo que a falta de vagões se deve à retirada dos mesmos pela empresa que os locava à Ferropar “apesar do Decreto do Governador”. e) Durante alguns dias, a frota não pôde ser plenamente utilizada porque estava em péssimas condições de manutenção. Tão logo tomou conhecimento do decreto de falência da Ferropar a Transferro, responsável pela manutenção de vagões e locomotivas, proibiu seus técnicos de entrar na oficina ferroviária de Guarapuava. Como resultado toda a frota de locomotivas (13 no total) parou. Em poucos dias, todavia, a Ferroeste colocou toda a frota em operação, situação em que se encontra hoje. f) Mesmo com todas estas dificuldades o desempenho da Ferroeste desde que reassumiu a ferrovia tem sido superior ao da Ferropar. Em fevereiro do ano passado a Ferropar transportou 134 mil toneladas. No mesmo período de 2007 o volume deverá chegar a 144 mil toneladas, segundo projeção a partir dos registros de produção até quinta-feira (22). Caso fosse um mês normal (com 30 ou 31 dias), a projeção indicaria um volume transportado superior a 154 mil toneladas. É pouco, mas é o que é possível diante do caos em que a Ferroeste recebeu a ferrovia depois de dez anos de bagunça e pilhagem privada. É pouco, mas é mais do que a quadrilha da Ferropar “produzia”. g) O noticioso da Rede Globo deixou de dizer algo fundamental. Só faltam vagões para os produtores independentes. Para a Bunge não faltam vagões, porque a ALL só manda vagões para o Oeste do Paraná para atender àquela multinacional. A ALL transformou-se no braço ferroviário da multinacional Bunge no Oeste do Paraná, o que prova a necessidade de que o Paraná tenha uma ferrovia pública para atender aos produtores independentes. São estes que precisam dos vagões da Ferroeste. E a eles, primordialmente, se destinarão os esforços da Ferroeste para dotar a ferrovia de armazenagem, locomotivas e vagões. h) A Ferroeste não tem vagões ainda, porque assumiu a ferrovia há poucos dias. Problemas causados por dez anos de privataria, paralisia e pilhagem não se resolvem em dez dias. Mas a até hoje silente e escandalosamente cúmplice Rede Globo agora tem pressa e divulga com estridência uma suposta e inexistente inoperância do Estado. Uso criminoso de uma concessão pública é o que a Rede Globo, mais uma vez, faz e agora contra um patrimônio cultural e político do Paraná: a gloriosa Ferroeste - obra que honra os paranaenses, construída pelo Exército Brasileiro, e paga pelos paranaenses ao custo de US$ 363,6 milhões. i) Após a retomada da ferrovia, em 18 de dezembro de 2006, o governador Roberto Requião deu mais uma demonstração em defesa dos interesses do Paraná e determinou o remanejamento do orçamento do Estado, então já aprovado pela Assembléia. Atualmente o secretário de Planejamento e Coordenação Geral, Ênio Verri, estuda formas de disponibilizar recursos para atender à solicitação da Ferroeste de aquisição de 18 locomotivas e 300 vagões (150 em maio e 150 em junho). Os usuários independentes, por seu lado, estão na iminência de fazer aquisição de vagões, com apoio do BRDE. A Rede Globo – ah! a Rede Globo! – conspira, conspurca, calunia, enxovalha, mas em vão: o povo do Paraná ama a Ferroeste e os produtores compreendem os esforços do seu Governo para colocar a ferrovia a serviço do desenvolvimento do Estado e do País! Em 24 de fevereiro de 2007 Samuel Gomes Diretor Presidente da Ferroeste