Presidente Lula sugere a prefeitos que sigam o exemplo de Pessuti

O governador Orlando Pessuti enviou à Assembleia Legislativa do Paraná um projeto de lei que propõe a criação da Secretaria Estadual da Mulher
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02/09/2010 - 09:50
Editoria

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que os prefeitos criem Secretarias das Mulheres, assim como fez o governador Orlando Pessuti, que enviou à Assembleia Legislativa do Paraná um projeto de lei que propõe a criação da Secretaria Estadual da Mulher. A sugestão foi dada em Foz do Iguaçu, nesta quarta-feira (01), na abertura do II Ciclo de Encontros Regionais para o Fortalecimento da Equidade de Gênero no Mundo do Trabalho, promovido por oito empresas públicas.
O Ciclo tem o intuito de desenvolver maneiras de gestões de pessoas que motivem mudanças culturais no ambiente de trabalho, para promover a igualdade entre homens e mulheres. Nesta quinta-feira (02), serão ministradas diferentes oficinas para capacitar os profissionais a implantar ações que atendam este objetivo dentro e fora das empresas públicas.
O presidente Lula informou que as 72 empresas pública do Brasil empregam 138 mil mulheres, e que elas já provaram ser capazes de ocupar cargos de comando. De acordo com o presidente, as conquistas femininas são um avanço para toda a sociedade e libertam os homens de papeis arcaicos e complementou: “a sociedade se torna mais humana, equilibrada e justa”.
Lula afirmou que, apesar do trabalho desenvolvido até agora, existe muito a se fazer. Sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres, o presidente defendeu uma melhor remuneração para o trabalho realizado por elas, uma vez que elas assumem responsabilidade e, muitas vezes, têm jornada dupla.
Ele citou também algumas ações governamentais voltadas para as mulheres, como a prorrogação da Licença Maternidade de quatro para seis meses e a Lei Maria da Penha, que pune homens que agridem fisicamente ou submetem mulheres a algum tipo de violência ou vulnerabilidade. O presidente ressaltou, entretanto, que leis não são suficientes para acabar com a disparidade entre homens e mulheres. Segundo ele, “a lei é um começo, mas é preciso maturidade política e consciência da sociedade, uma vez que este problema é cultural”.
Crédito - O governador Orlando Pessuti afirmou que em um estado plural e, ao mesmo tempo, harmonioso, como o Paraná, não é admissível que existam diferenças entre homens e mulheres. Além da criação da Secretaria da Mulher, Pessuti destacou o restabelecimento do Conselho Estadual da Mulher e a oferta de crédito especializado para este público, como ações efetivas de promoção da equidade de gêneros.
Segundo o governador, há dez anos o Conselho estava inativo. Ele afirmou ainda que é preciso comprometimento para acabar com as diferenças entre homens e mulheres e etnias. “Este é o nosso dever, nossa obrigação e, acima de tudo, a nossa missão”, disse Pessuti.
O secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Tércio Albuquerque, lembrou que o Governo do Paraná abriu uma linha de crédito diferenciada, de R$ 2,9 milhões, para mulheres que tenham interesse em abrir negócio próprio, estimulando assim as ações empreendedoras.
Oito ministros também participaram da abertura do II Ciclo. Entre eles, Nilcéa Freire, ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Ela destacou que a criação da Secretaria foi uma grande conquista, e que a questão de igualdade de gêneros deve ser compreendida como um elemento essencial para o desenvolvimento com referência social e não só como uma questão de justiça ou garantia de direitos.
Rebeca Tavares, representante permanente do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulheres (UNIFEM), informou que no Brasil, apesar das mulheres corresponderem a 50% do mercado de trabalho, 11% dos postos executivos são ocupados por mulheres, que ganham 60% do salário dos homens. Segundo Tavares, para as mulheres negras a remuneração significa um terço do salário dos homens. Ela disse que o Brasil, quando comparado a outros países latino-americanos, está na frente no quesito promoção de igualdade de gênero.
Tavares afirmou que a equidade também tem caráter econômico porque aumenta a produtividade do país gerando lucro. “Economia mais forte e sociedades mais justas e estáveis”. Ela destacou as medidas adotadas pela Itaipu Binacional. A hidrelétrica já recebeu duas vezes o selo Pró-Equidade, que certifica organizações atuantes na promoção da igualdade entre homens e mulheres. Além disso, a Itaipu será responsável pela impressão dos Princípios de Empoderamento das Mulheres – Igualdade Significa Negócios. Uma revista que exemplifica cada orientação para promoção da equidade.

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