Prefeitos da RMC também solicitam esclarecimentos sobre aumento da tarifa de ônibus

“Se o prefeito e a Urbs não estão falando a mesma língua, é porque algo não está certo”, ressaltou a prefeita de Colombo, Izabete Pavin
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11/02/2004 - 00:00
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Prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba foram unânimes ao declarar, nesta quarta-feira (11), que a população não suportaria o aumento nas tarifas de ônibus de R$ 1,65 para R$ 1,90 proposto pela prefeitura de Curitiba. Além de acreditarem que o valor é incompatível com o atual quadro econômico do país, os prefeitos têm dúvidas se o valor proposto pela Urbs está correto. “Primeiramente, há de se clarear a dúvida que existe com relação aos custos do transporte coletivo do sistema integrado. Se o prefeito e o vice não estão falando a mesma língua, é porque algo não está certo”, ressaltou a prefeita de Colombo, Izabete Pavin. O prefeito de Fazenda Rio Grande, Antônio Wandscheer, concorda que o desencontro de informações dentro da própria prefeitura de Curitiba prejudica diretamente a população. “O povo não gosta quando o vice-prefeito diz uma coisa e o prefeito outra. O povo sempre é penalizado pelas brigas e inclusive acredita que as empresas de transporte são financiadoras de campanhas políticas. O valor da tarifa tem que ficar muito claro para que a gente nunca mais ouça isso”, afirmou. Para Luiz Carlos Setim, prefeito de São José dos Pinhais, não é saudável haver duas tarifas diferentes e o consenso deveria ser pela menor tarifa, beneficiando o usuário. Antonio Cezar Manfron de Barros, prefeito de Almirante Tamandaré, ressalta que deve haver um preço justo. “Quem perde com o aumento é o usuário. Não podemos mais onerar a população e nem ter valores diferentes para ir e voltar”, defende. A situação de Campo Magro, considerada cidade dormitório, é ainda mais dramática. Segundo o prefeito Louvanir Menegusso, com o aumento da tarifa em Curitiba pode até haver desemprego no município. “Cerca de 80% da população de Campo Magro usa o transporte coletivo para trabalhar em outro município. Se não houver um acordo no valor das tarifas, pode ocorrer a quebra da integração e o empregador de um município terá restrições em contratar um trabalhador de outra cidade”, lamentou. Redução – Uma das sugestões apresentadas por Izabete Pavin foi a revisão do valor pago pelo custeio da integração, já que a Urbs cobra hoje, dos municípios metropolitanos, 4% de cada passagem para administrar o sistema. Segundo a prefeita, apenas no município de Colombo, são vendidas 90 mil passagens por dia. “Se multiplicarmos isso por 25 dias úteis e tirarmos 4%, chegaremos a R$ 150 mil por mês e R$ 1,7 milhão por ano. Então, com certeza, racionalizando o custeio do gerenciamento, já é possível reduzir ou manter o valor da passagem em R$ 1,65”.