Prefeitos e representantes de 16 municípios paranaenses acompanharam o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, na apresentação em Brasília de projetos habitacionais para inclusão no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Greca reuniu-se esta semana com os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Márcio Fortes (Cidades) para apresentar os detalhes de quatro grandes projetos desenvolvidos pela Cohapar.
Os prefeitos aprovam as propostas — que prevêem investimentos integrados e contemplam as necessidades específicas de cada uma das regiões do Estado — e confiam que o governo federal irá incluí-las nos recursos do PAC.
Os planos apresentados por Greca prevêem ações em nove grandes cidades do interior do Paraná, nos 28 municípios da Grande Curitiba, no Novo Guarituba e em mais 139 localidades do interior do Paraná onde há ocupações em áreas próximas a rios. No total, os programas apresentados para inclusão no PAC atendem a 34.627 famílias que vivem em áreas de risco ambiental e social. Trata-se de um público diferente do atendido nos programas de construção de moradias da Cohapar, que têm 21 mil casas em obras em todo o Paraná.
Os projetos habitacionais que o Paraná propõe ao PAC têm como linha mestra implantar ações estruturantes em ocupações próximas aos rios, para a preservação das fontes de abastecimento de água. “É o caso das tristes favelas do aeroporto de Jacarezinho, da fronteira entre os rios Iguaçu e Paraná, em Foz do Iguaçu, das palafitas do Anhaia, junto ao Porto de Paranaguá, de Sarandi, na periferia de Maringá, ou do córrego do Sem Dúvido, em Londrina. Há também exclusão social em povoações quilombolas, no Vale do Ribeira e em remanescentes de populações indígenas na região de Mangueirinha”, diz Greca. “É nestas regiões que queremos criar condições para o desenvolvimento”.
Greca explica que, se essas áreas ficarem livres, poderão ser ocupadas de maneira inadequada. “Por isso, é importante destiná-las para uso coletivo ou privado”, diz. A Cohapar propõe a construção de parques residenciais nas beiras de rios ou a criação das Novas Colônias, onde serão criadas chácaras de 20 mil metros quadrados próximas aos rios. “Assim, famílias com vocação agrícola poderão preservar a área e tornar as terras produtivas”, afirma.
Na Grande Curitiba, o projeto prevê a construção de 11.200 moradias — são 400 unidades do programa Casa da Família em vazios urbanos em cada um dos 28 municípios vizinhos, destinadas a paranaenses com renda mensal de até três salários-mínimos. A Cohapar propõe ainda a regularização de 380 lotes por cidade, num total de 10.640 famílias beneficiadas. O projeto será desenvolvido em parceria com a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec).
Prefeitos – O prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau Filho, um dos que acompanharam Greca a Brasília, vê grandes chances para a aprovação dos projetos. “Nos somamos à Cohapar numa proposta de parceria para a construção de moradias populares, no valor de R$ 13 milhões”, explica.
“Em Brasília, pudemos constatar que há recursos para serem investidos nos municípios. Os projetos que Rafael Greca apresentou vão ao encontro do que desejamos, ou seja, a recuperação ambiental e a reurbanização das margens dos rios Mascate e Ana Luiza”, afirma o prefeito em exercício de Fazenda Rio Grande, Saul Domingos Carelli. O município deverá ser contemplada com ao menos 400 moradias para famílias de baixa renda, que serão relocadas de áreas risco.
O prefeito de Colombo, José Antonio Camargo, acredita que os projetos elaborados pela Cohapar oferecem uma visão ampla da Grande Curitiba. “Rafael Greca foi exemplar ao apresentar a proposta de formação de parques lineares para proteger os mananciais, rios, várzeas e fundos de vale, sem deixar de se preocupar com a moradia das famílias mais carentes”, argumenta. Colombo necessita de cerca de 500 moradias para relocar famílias que vivem no Guaraituba, área de risco de alagamento no entorno do Rio Palmital, e de obras de drenagem.
“Foi uma grande oportunidade para defender projetos de drenagem, saneamento e habitação que irão beneficiar Almirante Tamandaré”, diz o prefeito Vilson Rogério Goinski. A área mais beneficiada com os programas apresentados por Greca em Brasília fica próxima ao Parque Aníbal Khoury, onde vivem aproximadamente 150 famílias. Na localidade, passa o Rio Barigui, comprometido pelo esgoto despejado pelas ocupações.
“Temos muitos rios que precisam ser preservados, e a expectativa de regularizar a situação de pelo menos 1,5 mil famílias que vivem à beira de rios que compõem a bacia do Iguaçu”, afirma o prefeito de Araucária, Olizandro José Ferreira. Ele vê benefícios para toda a Região Metropolitana nos projetos apresentados ao governo federal pela Cohapar.