Prefeitos apóiam meta do Governo dar agilidade às obras da Ferroeste

Prefeito de Palmeira, Altamir Sanson, município onde o governador inaugurou nesta quinta-feira (4) o Centro de Saúde da Mulher e da Criança, considera que o ramal “vai ajudar muito o município”
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04/06/2009 - 18:50
Editoria
A decisão do governo do Estado em dar prioridade à construção do ramal ferroviário da Ferroeste entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá repercutiu positivamente em vários setores da sociedade. O prefeito de Palmeira, Altamir Sanson, município onde o governador inaugurou nesta quinta-feira (4) o Centro de Saúde da Mulher e da Criança, considera que o ramal “vai ajudar muito o município”, que fica na Região Sul, a 70 quilômetros de Curitiba. O ramal da Ferroeste, disse o prefeito, “vai melhorar nossa vida pela facilidade do transporte”. Sanson adiantou ainda que a região gostaria de aproveitar a ferrovia não apenas para a exportação e importação de produtos, mas também como alternativa de transporte turístico. “A região possui vários projeto no setor turístico”, disse ele, inclusive religioso, e a ferrovia pode impulsionar iniciativas no setor de turismo com a parceria da Cooperativa Witmarsum, colônia de imigrantes nenonitas que tiveram origem no norte da Holanda e Alemanha. Vontade política A prioridade à construção do ramal Guarapuava-Porto de Paranaguá da Ferroeste foi decidida em reunião, dia 2, no Palácio das Araucárias, entre o governador e o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. Da reunião também participaram o secretário dos Transportes, Rogério Tizzot; o secretário da Agricultura, Valter Bianchini; o secretário da Fazenda, Heron Arzua; e o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Anselmo José de Oliveira, que é membro do Conselho Administrativo da Ferroeste. O prefeito em exercício de Guarapuava, José Luiz Massaro, que acompanhou a visita de inauguração do governador à cidade, nesta quinta-feira, disse que apóia a decisão de agilizar o projeto de expansão da Ferroeste. A atual “estrada de ferro é antiga”, lembra o prefeito, o que leva grande parte da produção a ser escoada ainda por rodovia, “aumentando o tráfego de caminhões no Estado”. A decisão do governo, segundo ele, vem “em boa hora”. Massaro ressaltou que em todo o país existe a esperança de que “a malha ferroviária brasileira aumente e se aprimore” o quanto antes. “Se o Paraná sair na frente, melhor, terá todo o nosso apoio”. Para o ex-governador Emílio Gomes, a manifestação de Roberto Requião em favor no novo traçado “faz eco ao clamor estadual”. Segundo ele, “todo mundo que pensa na economia paranaense e nas facilidades desejadas de transportes quer a mesma coisa: que haja facilidade de transporte barato” . O ex-governador liderou o grupo de engenheiros do Banco de Idéias do IEP (Instituto de Engenharia do Paraná) que fez o primeiro alerta contra o equívoco de construir o ramal até o porto pela variante Guarapuava-Ipiranga, como desejava a operadora privada. “Nosso agricultor é amante das técnicas mias modernas e produtivas de agricultura”, sublinha Emílio Gomes, “tem produtividade que concorre com a agricultura de qualquer parte do mundo, mas perde no transporte”. A vontade política do governo em agilizar o projeto da Ferroeste, finalizou o ex-governador, traz “um alivio para quem trabalha nesse setor”. A linha atual da Ferroeste, entre Guarapuava e Cascavel, lembra o presidente da empresa, Samuel Gomes, foi construída no primeiro mandato do governador Roberto Requião, entre 1991 e 1994. “Custou US$ 363 milhões e foi paga integralmente pelo Tesouro do Estado”. Gomes lembra que a obra foi construída pelo Exército Brasileiro. “Em seguida ao término do mandato do governador Requião, a ferrovia sofreu um longo período de paralisia e gestão predatória, somente interrompido com sua retomada pelo Estado, em 18 de dezembro de 2006, no segundo mandato do governador Requião”, acentuou. A expansão das linhas da Ferroeste, a partir da retomada, em direção ao Mato Grosso do Sul (Cascavel-Guaíra/PR - Mundo Novo-Dourados-Maracaju/MS), ao Paraguai (Cascavel-Foz do Iguaçu - Puerto Presidente Franco) e ao Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina (Laranjeiras do Sul-Chapecó) passou a ser um projeto defendido como prioritário pelos governadores da Região Sul, sob a égide do Codesul, e pelo governo do Paraguai. Gargalo logístico ferroviário “Todavia”, observa Gomes, “para que a expansão se realize é necessário superar um gargalo que separa a ferrovia existente e os seus novos ramais do Porto de Paranaguá. O referido gargalo é a linha férrea entre Guarapuava e Ponta Grossa”. Segundo o presidente da Ferroeste, esta linha, que foi construída entre 1906 e 1918, de Ponta Grossa e Irati, e entre 1918 e 1954, de Irati a Guarapuava, operada atualmente por uma concessionária privada, “é estrutural e irremediavelmente inadequada para dar vazão às cargas que a linha atual da Ferroeste tem capacidade de transportar”. Gomes considera que o gargalo “constitui-se hoje num obstáculo à plena utilização pela Ferroeste da ferrovia, entre Cascavel e Guarapuava, construída com o monumental esforço orçamentário pelo Estado do Paraná na primeira gestão do governador Requião”. E adverte: “além de impedir a plena operação da Ferroeste, o referido gargalo representa obstáculo à construção de novos ramais em direção do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai”. O presidente da ferrovia frisou que na reunião realizada no Palácio das Araucárias, o governador determinou que a Ferroeste, sem prejuízo da devida atenção aos demais ramais do seu plano de expansão, “priorize a solução do gargalo, avançando suas linhas a partir de Guarapuava em direção do Porto de Paranaguá”. Escola de Governo Segundo Gomes, Requião determinou que a Ferroeste convide os setores produtivos, de engenharia, dos trabalhadores e das regiões beneficiadas (Oeste, Sudoeste, Centro, Cantuquiriguaçu, Região Metropolitana de Curitiba e Litoral) para uma ampla discussão pública da nova ferrovia, na próxima reunião da Escola Semanal de Governo, no dia 9 de junho, às 8h30, no auditório do Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico. Durante a reunião, a Ferroeste apresentará ao conjunto do governo e à sociedade os resultados do estudo de pré-viabilidade da nova ferrovia. O serviço foi contratado junto ao Lactec- Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento. O ramal Guarapuava-Paranaguá da Ferroeste, adiantou Gomes, reduzirá a distância ferroviária atual entre Cascavel e Paranaguá em 125 km. “Portanto, a distância passará dos atuais 736 km para 611 km”, disse ele. A diferença é de 250 km de redução no ciclo de ida e volta. Além disso, como terá características técnicas idênticas ou melhores que a linha que a Ferroeste já opera, o novo ramal permitirá que o ciclo dos vagões entre Cascavel e Paranaguá, que hoje varia entre 8 e 10 dias, seja reduzido para dois dias. “O novo ramal promoverá uma revolução logística”, garante Gomes. “Será uma ferrovia do século XXI para uma logística do século XXI”, prossegue, “que impulsionará o desenvolvimento econômico e social do nosso Paraná, Mato Grosso do Sul, Paraguai e Santa Catarina e fortalecerá o nosso Porto de Paranaguá como destino natural de uma ampla região interior da América do Sul”. A nova ferrovia impulsionará, também, o corredor ferroviário bioceânico entre o Atlântico e o Pacífico, através do Paraná, Paraguai, Norte da Argentina e Chile. O ramal Guarapuava-Paranaguá da Ferroeste vai passar também pelos seguintes municípios: Prudentópolis, Irati, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Palmeira, Porto Amazonas, Lapa, Balsa Nova, Araucária, Curitiba, São José dos Pinhais, Morretes e Antonina. BOX Ferroeste participa de reunião com o presidente em exercício do Paraguai O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, participa nesta sexta-feira (5) de um encontro, em Assunção, a convite do presidente em exercício do Paraguai, Luis Federico Franco Gómez, para falar a autoridades e lideranças políticas e econômicas daquele país sobre o projeto de expansão da ferrovia. A reunião, no palácio presidencial, conta com o apoio do Grupo Propulsor, do Paraguai, que desenvolve, em conjunto com a Ferroeste, o Programa de Integração Ferroviária. O objetivo da cooperação binacional é unir Foz do Iguaçu a Puerto Presidente Franco, com a construção de uma ponte ferroviária, e depois estender a linha a Santa Rita-Encarnación-Pilar, com o projeto de expansão da Ferroeste. O ramal faz parte do corredor bioceânico, que terá conexão com Posadas e Resistencia, na Argentina, seguindo depois para, por ferrovias já existentes, aos portos do Chile. A reunião acontece às 10 horas no Salão de Reuni.