A população do Paraná deve continuar crescendo até 2030, mas com taxas cada vez menores, de acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo as projeções feitas pelo instituto, o Paraná passaria de uma população de 10,5 milhões, estimada para este ano, para 11,9 milhões em 2030.
O estudo estima que a taxa de crescimento do Paraná deve se reduzir gradativamente, passando de 1,21% ao ano na década 2000/2010 a 0,64% ao ano entre os anos 2010/2020 e culminando em 0,41% ao ano entre 2020/2030.
O IBGE projeta diminuição no ritmo de crescimento para todo o Brasil. No período 1950-1960, a taxa de crescimento da população recuou de 3,04% ao ano para 1,05% em 2008. Mas, em 2050, a taxa de crescimento cairá para –0,291%, que representa uma população de 215,3 milhões de habitantes.
Segundo as projeções, o país apresentará um potencial de crescimento populacional até 2039, quando se espera que a população atinja o chamado “crescimento zero”. A partir desse ano serão registradas taxas de crescimento negativas, que correspondem a queda no número da população.
Uma análise feita pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) mostra que o Estado apresenta uma história demográfica peculiar nos últimos 60 anos, caracterizada por uma fase de intenso crescimento populacional (entre década de 1940 e de 1960), seguida de 20 anos em que o ritmo de crescimento se situou abaixo de 1% ao ano, sendo o mais baixo dentre todos os Estados brasileiros.
Na década de 40, a taxa de crescImento da população do Paraná era estimada em 5,61% ao ano, tendo seu auge na década seguinte quando a taxa foi de 7,16%.
Foi na década de 70 que o Paraná experimentou o menor período de crescimento populacional, com taxa de 0,93% ao ano. Entre 1980 e 1990, o Estado voltou a crescer ligeiramente, com taxa de 0,97% ao ano, mas ainda perdendo população devido a fluxos migratórios.
A demógrafa do Ipardes, Marisa Magalhães, salienta que - em paralelo à forte interferência dos movimentos migratórios sobre a dinâmica populacional do Paraná, provocando saldos migratórios desfavoráveis para o Estado desde os anos 1970 - observam-se igualmente os efeitos da queda da fecundidade, fenômeno que iniciou a ocorrer em todo o país desde os anos 1970, provocando reduções sucessivas no ritmo de crescimento das populações onde ocorre.
“Nos últimos 40 anos, no Paraná, esses dois componentes demográficos – fecundidade e migração – têm sido responsáveis por manter a população do Estado crescendo a taxas baixas”, observou Marisa. Ela cita que na década de 40 o Paraná tinha em média 6,5 filhos por mulher enquanto na década atual essa taxa baixou para 1,6 filho por mulher.
Ainda conforme análise da pesquisadora do Ipardes, para as 3 décadas pós ano 2000, os indicativos das projeções divulgadas pelo IBGE são de que o Estado permaneça demonstrando reduções sucessivas nas taxas de crescimento populacional, “certamente ainda em função do que o Instituto prevê que aconteça com a fecundidade, que permanece em ritmo de declínio, e com os saldos migratórios interestaduais, com resultados negativos”, conclui Marisa.
População do Paraná deve chegar a 11,9 milhões em 2030, diz IBGE
Estimativa é que a taxa de crescimento do Estado deve se reduzir gradativamente, passando de 1,21% ao ano na década 2000/2010 a 0,64% ao ano entre os anos 2010/2020 e culminando em 0,41% ao ano entre 2020/2030
Publicação
27/11/2008 - 18:00
27/11/2008 - 18:00
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