Polícias montam operação de guerra para encontrar suspeito de matar delegado

Cerca de 200 policiais e dois helicópteros participam da operação, que prossegue durante à noite
Publicação
26/08/2010 - 19:20
Editoria

Confira o áudio desta notícia

Policias civis e militares do Paraná e de Santa Catarina realizam uma verdadeira operação de guerra na busca pelo suspeito de envolvimento no assassinato do delegado de Pontal do Paraná, José Antônio Zuba de Oliva, e do servidor público Adilson da Silva, ocorridos na última terça-feira (24).
Cerca de 200 policiais e dois helicópteros, um do Governo do Paraná e outro do Estado de Santa Catarina, participam da operação, que prossegue durante à noite, com o uso de equipamentos especiais de busca nos helicópteros.
Todos os acessos à região de Pirabeiraba, distrito de Joinville, Santa Catarina, estão bloqueados. Veículos são revistados, e cães farejadores procuram o suspeito pela mata da região. Ali, houve, no começo da manhã desta quinta-feira (26), um confronto entre os três suspeitos dos assassinatos com a polícia militar catarinense. A troca de tiros resultou na morte de dois dos bandidos e na fuga do terceiro.
“Há uma equipe fazendo busca pelos rios, com apoio dos helicópteros, que fazem voos rasantes na busca pelo foragido”, disse o delegado-chefe do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Hamilton Cordeiro da Paz.
Ele disse que não foram encontrados indícios de sangue no local por onde o suspeito fugiu, o que descarta a suspeita de que ele esteja ferido. “Sabemos, também, que ele está fortemente armado, de posse de um fuzil, pelos carregadores que encontramos na sacola abandonada pelo suspeito”, afirmou.
A polícia sabe apenas o primeiro nome do foragido, Paulo, que é conhecido como “Tutancamon”. Os dois mortos no confronto com os policiais foram identificados como Paulo Aparecido Alves de Abreu, o “Gauchinho” e Felipe “Tex” — ele ainda não tem a identidade confirmada.
Felipe carregava uma carteira de habilitação em nome de André Nascimento Gomes, encontrada pela polícia em um dos veículos utilizados na fuga dos suspeitos após o assassinato do delegado, na terça.
O quarto suspeito do crime, Francisco Diego Vidal Coutinho, 20 anos, foi transferido para sede do Cope, em Curitiba. Ele teria dito que os quatro pretendiam realizar uma série de assaltos no Litoral. “Eles chegaram ao Paraná na sexta-feira (20) e alugaram uma casa de veraneio em Matinhos, onde ficaram por dois dias”, disse Paz. Os homens seriam integrantes do Comando Vermelho da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Assim que levantaram suspeitas, os quatro se mudaram para um camping em Pontal do Paraná, onde ocorreu o confronto com o delegado José Antônio Zuba de Oliva. Zuba fora verificar a denúncia de que havia homens armados no local, e foi morto assim que chegou.
Adilson da Silva, funcionário da prefeitura de Pontal do Paraná, ficou gravemente ferido e morreu horas depois, no Hospital Regional de Paranaguá. Duas investigadoras que acompanhavam o delegado, Noeli de Fátima Brezolin e Luíza Helena Santos Pinto, trocaram tiros com os suspeitos até que foram rendidas e deixadas no local sem as armas.
Nesta quinta-feira, os suspeitos trocaram tiros policiais catarinenses em Pirabeiraba, distrito de Joinville. Eles fugiam de Guaratuba, onde haviam sido localizados por um policial rodoviário do posto de Coroados. O policial circulava com uma viatura quando percebeu três homens em um ponto de ônibus próximo à PR-412. Na abordagem, o trio atirou contra o agente, que conseguiu se esconder atrás de árvores.
Os bandidos conseguiram se apossar da viatura e fugir em direção a Garuva. Imediatamente, o policial comunicou o ocorrido e várias equipes passaram a perseguir os foragidos. No caminho, o trio abandonou o carro da Polícia Rodoviária Estadual e invadiu uma casa, onde fizeram duas mulheres reféns. Uma delas, Cordula Graper Piske, 62 anos, foi levada como refém em um Astra prata.
Em seguida, um helicóptero da PM catarinense localizou o carro e atirou contra ele. Com os tiros, os foragidos pararam o veículo, que logo foi cercado por viaturas da Polícia Militar. Outro tiroteio foi iniciado. Neste confronto, dois bandidos foram mortos e o terceiro fugiu a pé pelo mato.
Um dos mortos teria atirado contra o helicóptero da PM e foi alvejado por um atirador de elite. A motorista do carro também foi baleada e está internada no Hospital São José, em Joinville, em estado grave.
No mato, foi encontrada uma sacola de armas, entre elas uma pistola da Polícia Civil, que pode ser do delegado morto e uma outra calibre 44. Os corpos foram enviados para o Instituto Médico Legal (IML) de Joinville.

GALERIA DE IMAGENS