Crianças internadas em diversos setores de tratamento do Hospital de Clínicas receberam a visita de policiais militares da Rone (Rondas Ostensivas de Natureza Especial), nesta segunda-feira (11). Elas receberam brinquedos e conversaram com os policiais, como parte das comemorações dos 13 anos de atuação da unidade em Curitiba. “Temos que desmistificar a imagem de truculência. A sociedade precisa ver que agimos com energia apenas quando há necessidade, mas também adotamos a filosofia de policiamento comunitário”, disse o capitão Saulo de Tarso Sanson Silva, comandante da Rone. Nesta terça-feira, a programação de aniversário segue com doação coletiva de sangue pelos policiais. A visita surpresa teve início na ala de tratamento de câncer. Os meninos e meninas internados reagiram como se não estivessem acreditando no que estava acontecendo. Hudson, de 12 anos, natural de Lidianópolis, no interior do Paraná, está há 50 dias internado (11 no Hospital de Clínicas). Ele recebeu um carro de polícia e uma bola. “Ações como esta ajudam até na recuperação. Ele mesmo adora a polícia e, hoje, está podendo conversar com os policiais”, comentou o agricultor João Maria Hipólito, pai do menino. As meninas também ganharam presentes. Vitória, de 2 anos e 7 meses, exibia as bonecas que recebeu dos policiais. “As crianças ficam ‘presas’ às máquinas e se sentem melhor quando vêem pessoas diferentes”, disse a mãe dela, a funcionária pública Bernadete Aparecida Spagnolo. Para o capitão Rui Rota da Purificação, comandante da Companhia de Polícia de Choque, à qual a Rone é vinculada, a iniciativa demonstra que todos devem estar preocupados com a cidadania. “Faz bem para as crianças e para os policiais”, comentou. De acordo com o capitão Sanson, este ano a comemoração do aniversário da Rone incluiu atividades externas, no Hospital, para que os policiais também pudessem levar calor humano às crianças que passam por privações durante o tratamento. “A resposta você vê no sorriso de cada uma delas, que ficam, em média, dois anos se tratando. Saber que as pessoas querem vê-las brincando ajuda na recuperação e eleva a auto-estima destes meninos e meninas”, disse a enfermeira-chefe do setor, Janete Barrichello. Os policiais militares que participaram da visita saíram satisfeitos ao perceber que deixaram para trás sorrisos de agradecimento. “Não tanto pelo brinquedo, que também é importante, mas pela companhia. Este sofrimento nos faz pensar”, disse o soldado Marco Antônio Domingues, há um ano na Rone e há 18 anos na Polícia Militar. A idéia foi elogiada por todos os enfermeiros e pais de crianças que disseram que as portas estão sempre abertas para receber os policiais. “Num primeiro momento, causa surpresa ver tantos policiais pelos corredores. Quando eles saem as crianças perguntam que dia vão voltar”, comentou Janete.