Foi preso em Curitiba, na manhã desta segunda-feira (10), o seqüestrador Pedro Ciechanovicz, o “Pedro Polaco”, de 49 anos. Ele é acusado de ser o chefe de uma das principais quadrilhas de seqüestradores de São Paulo, com mais de trinta integrantes, e é procurado pela polícia de vários estados. O grupo mantinha em cativeiro, desde 8 de setembro, o empresário paulista João Bertin, dono de um dos maiores frigoríficos do interior de São Paulo. Bertin foi libertado ainda pela manhã, em Quatá (SP), depois de 156 dias de cativeiro, sem o pagamento de resgate. O empresário passa bem.
A prisão, feita por policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes da Polícia Civil de São Paulo, contou com intensa participação da polícia paranaense. Ciechanovicz resistiu durante horas, instalado em uma casa no bairro do Capão Raso, próximo ao terminal do Pinheirinho. Mesmo cercado por policiais federais, militares e de integrantes do Grupo Tigre, do COPE (Cento de Operações Policiais Especiais) e de São Paulo, só se entregou por volta das 5 horas da manhã, após a chegada do delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Adauto Abreu de Oliveira. O delegado-geral já havia prendido o seqüestrador em 1985, após um assalto a uma fábrica de jóias em Campo Largo.
Os movimentos e a comunicação de Ciechanovicz vinham sendo monitorados por policiais federais havia meses. De acordo com o delegado Luiz Carlos de Oliveira, titular do COPE, a polícia de São Paulo pediu auxílio nas investigações para capturar Ciechanovicz, que era suspeito no seqüestro do empresário João Bertin e é procurado por envolvimento em pelo menos doze seqüestros em São Paulo. Um dos casos mais conhecidos foi o do empresário Girsz Aronson, dono da rede G.Aronson, em setembro de 1998, além do filho do dono das Lojas Cem, Roberto Benito Junior, em outubro de 2001. “Colaboramos com informes e vários levantamentos, mas ficamos surpresos com a operação e fomos chamados às pressas para contornar a situação”, explicou Oliveira. O seqüestrador ameaçou matar a esposa e se suicidar, mas, na presença do delegado Adauto Abreu de Oliveira, ele acabou cedendo e fez um acordo, soltando a mulher.
Maria de Fátima Marcondes, de 43 anos, natural de Santo Antonio da Platina, que vive com Ciechanovicz há 19 anos, foi encaminhada ao COPE. Ela prestaria depoimento e possivelmente seria liberada, pois não há prisão temporária decretada contra ela. Na operação foram apreendidas duas pistolas, sendo uma Bereta e uma calibre 40, uma pick up Chevrolet Corsa e um Volkswagen Golf, além de certa quantia em dinheiro.