Polícia Militar prende acusado de manter depósito clandestino de dinamite

Cerca de 200 kg do explosivo, suficientes para destruir dois prédios de 15 andares, estavam estocados de forma perigosa
Publicação
07/10/2004 - 00:00
Menos de 24 horas após encontrar um depósito clandestino de dinamite em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, a Polícia Militar do Paraná deteve o proprietário da residência onde o material estava estocado. O motoboy Juarez Geraldo Ribeiro Carneiro, 29 anos, confirmou ser o dono do terreno e da casa que serviam de “esconderijo” para os cerca de 200 kg de explosivos, mas informou desconhecer tanto a origem quanto a destinação do produto. As informações que chegaram ao conhecimento dos policiais do serviço reservado da PM dão conta de que cada “banana” do explosivo é vendida a R$ 300,00 e que os supostos compradores são integrantes do crime organizado ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital). O grupo, que controla ações criminosas em presídios paulistas e tem ramificações em outros Estados, usaria os explosivos para fazer arrebatamento de presos e assaltos a carro-forte. O tenente do 17.º Batalhão da PM (Batalhão Metropolitano), Fernando Klemps, disse que Juarez não seria o único envolvido no esquema, mas que detalhes sobre o levantamento de informações da PM só poderão ser revelados oportunamente. A polícia chegou até a casa onde estavam os explosivos após uma denúncia anônima. “O estrago, em caso de uma explosão, seria gigantesco”, avaliou o oficial. Segundo ele, a dinamite estava estocada de forma totalmente irregular, inclusive com boa parte do produto já apresentando sinais de deterioração. O grupo anti-bomba, do Comandos e Operações Especiais (COE) da Companhia de Polícia de Choque da PM, policiais militares das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), e policiais civis da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam) foram chamados para dar apoio ao atendimento à ocorrência e para a apreensão e transporte seguro da dinamite. O material foi entregue para armazenagem numa fábrica de explosivos. De acordo com o tenente Klemps, entre os detalhes revelados à PM por pessoas ligadas ao acusado, consta a informação de que ele teria furtado a dinamite, na época em que trabalhava autonomamente como caminhoneiro, retirando terra de uma área de pedreiras. “Os responsáveis pela empresa confirmaram o sumiço do explosivo e os períodos coincidem com o que ele nos contou”, disse o tenente. Além da dinamite, suficiente para fazer ruir dois prédios de 15 andares, conforme avaliado por especialistas na área. Na casa que pertence a Juarez, a PM encontrou cordéis detonantes e outros produtos que serviriam para a detonação do material. “O risco de explosão ali era enorme. Essa denúncia que nos levou à casa indiretamente salvou vidas”, comentou o oficial. O acusado foi encaminhado para a DEAM, onde ficará à disposição da Justiça.