Plis-Sterenberg rege a Orquestra Sinfônica no concerto desta quarta-feira


Um concerto com “músicas otimistas e transparentes” definiu o maestro argentino, Gustavo Plis-Sterenberg, sobre o repertório que a Orquestra Sinfônica do Paraná, apresentará nesta quarta-feira (08), às 20h30, no Guairão, sob sua regência
Publicação
07/04/2009 - 12:20
Editoria
Um concerto com “músicas otimistas e transparentes” definiu o maestro argentino, Gustavo Plis-Sterenberg, sobre o repertório que a Orquestra Sinfônica do Paraná apresentará nesta quarta-feira (08), às 20h30, no Guairão, sob sua regência. Um exemplo é a obra que abre o concerto “Abertura festiva, Op 96”, de Dimitri Shostakovitch, que foi composta durante a construção do socialismo russo e precisava transmitir júbilo e satisfação. A obra foi escrita sob encomenda, para o 37º aniversário da Revolução Comunista. Além da “Abertura festiva, de Shostakovitch, o concerto inclui a obra de Nino Rota, “Concerto Soirèe”, com solo do pianista italiano Andrea Bacchetti e “Romeu e Julieta – Suite Nº 2, Opus 64”, de Sergei Prokofiev. “Apenas a obra de Prokofiev – Romeu e Julieta – pode ser caracterizada dentro um estilo mais denso, mais difícil, ao contrário da outra obra, músicas de Rota que, na maioria, são mais modernas e otimistas”, reafirma o maestro. Nino Rota foi um compositor que se destacou pela criação de músicas para o cinema italiano, especialmente para as obras de Fellini. Gustavo Plis-Sterenberg, regente do tradicional Teatro Marinski, de São Petersburgo, conduz a Orquestra Sinfônica do Paraná pela primeira vez, mas já é conhecido do público brasileiro. Em 2002 foi o ensaiador e também regente da famosa obra de Shakespeare, Romeu e Julieta, apresentada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em versão multimídia. Em seu currículo constam diversas gravações incluindo a Orquestra Sinfônica de Liepaja e a Sinfônica Nacional da Letônia (Riga), realizou gravações da “Scheherazade” e “Carmina Burana”. Recebeu a medalha de prata no IV Concurso Internacional de Música (Viena, Áustria), recebida em 1995. Entre 1997 e 1998 foi o primeiro diretor convidado do “Festival Internacional de Música de Saga” no Japão. Desde 1998 tem participado de todas as edições do Festival Internacional “Estrelas das Noites Brancas” de São Petersburgo. Por sua brilhante apresentação no Royal Opera House (Londres) recebeu elogios da crítica especializada do “The Times”, “Financial Times”, entre outros. Tem dirigido como convidado nas principais salas de espetáculo do planeta como o Royal Opera House (Covent Garden-Londres), Palacio Estatal del Kremlin, Teatro Bolshói (Moscou – Rússia) e o Teatro Colón (Buenos Aires - Argentina). Orquestra européia – Para o pianista italiano, Andrea Bacchetti, a Orquestra Sinfônica do Paraná é muito preparada. “É uma orquestra européia”, compara Bacchetti, com o diferencial que é calorosa, “como é o povo da América do Sul”, reconhece ele. O pianista já fez sua estreia em solo brasileiro em 2000, na Série Latina, por onde passou por São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Bacchetti aponta alguns pianistas brasileiros que admira e são respeitados na Europa, como Ricardo Castro, Nelson Freire, Cristina Ortiz, entre outros. Considera o público brasileiro acolhedor e acredita na importância de levar a música erudita a diversos públicos, como forma de disseminação. Com um currículo extenso, incluindo participações nos principais festivais de música e apresentações junto às orquestras européias, francesas, espanholas, entre outras, Andrea Baccetti , conquistou também os Prêmios Veneza, de 1996, e o Especial Micheli, em 2001. È considerado como um dos principais intérpretes das composições para piano de Luciano Berio – compositor italiano que se destacou no domínio da música experimental. Programa - A apresentação abre com a obra “Abertura festiva, Op. 96”, de Dimitri Shostakovitch, escrita sob encomenda para o trigésimo sétimo aniversário da Revolução Comunista. A peça tem grande efeito e uma linguagem neo-clássica com temperos modernistas de muito brilho. Shostakovitch não era bem visto pelos políticos russos devido suas críticas feitas ao governo através de suas óperas, “O Nariz”, e “Lady Macbeth do Distriti de Mzensk “ e a “Sinfonia n. 8 “Stalingrado”. Mas em 1927 acabou sendo contratado pelo regente da orquestra do Teatro Bolshoi, encarregado das encomendas, para compor uma música em pouco tempo para as comemorações da Revolução Russa. E ele não decepcionou, escreveu a sinfonia em dois dias. A “Abertura festiva, Op. 96”, foi apresentada em 6 de novembro de 1954 no Teatro Bolshoi de Moscou, com a orquestra do Teatro Bolshoi sob a regência de Alexander Melik-Pashayev. A vida e obra de Schostakovitch foram marcadas pelos seus ideais rodeados por turbulências e perseguições. Nasceu em S. Petersburgo e faleceu em Moscou, passando sua infância com o regime czarista e o advento dos sovietes. Na juventude, quando sua carreira se desenvolvia o país estava sobre o poder Estaline.Reconhecido intelectual e professor de composição, foi amado, condecorado e perseguido. Com a 10ª sinfonia, a primeira obra composta após a morte de Estaline, anunciou a necessidade de independência da criação artística e a emergência de uma música liberta do cânone estalinista. Sua facilidade para escrever e seu grande dom para a orquestração renderam-lhe muitos elogios e estupefação de seus professores. Sua primeira sinfonia, uma das mais conhecidas até hoje, foi escrita antes mesmo de concluir seus estudos no conservatório. Mas sua reputação só avançou por toda a Rússia após a apresentação de sua ópera “O Nariz”. Ao mesmo tempo que recebia ataques, era agraciado com comendas e premiações provindas do mesmo governo. Entre as obras de destaque do compositor estão ballets, música de cena e para o cinema, as 15 sinfonias, 6 concertos para piano, violino e violoncello e sua Danças Fantásticas, 24 prelúdios para piano, 24 prelúdios e fugas para piano, 2 sonatas para piano, 8 quartetos de cordas, e músicas de câmera e diversas melodias, além de suas 3 óperas. Nino Rotta - A segunda obra do concerto será do compositor Nino Rotta, “Concerto “Soiree” para Piano e Orquestra”, com o pianista, Andrea Bacchetti. A composição foi escrita entre 1961 e 1962 e está dividida em cinco movimentos: 1- Valzer-fantasia (Tempo di Valzer tranquillo); 2 - Ballo figurato (Allegretto calmo, com spirito); 3 - Romanza (Andante maliconico); 4 - Quadriglia (Allegro com spirito); 5 - Can-can (Animatissimo). A primeira apresentação desta música aconteceu em Vicenza, Itália, no Teatro Olímpico, no dia 23 setembro de 1962 sob a direção de Bruno Maderna, tendo como solista o próprio compositor. O compositor Nino Rota nasceu em Milão, em 1911, em uma família de músicos e faleceu em 1979. Tornou-se célebre por suas composições executadas no cinema no cinema. Seu primeiro oratório, L'infanzia di San Giovanni Battista, foi realizado em Milão e Paris em 1923 e sua comédia lírica “Il Principe Porcaro”, foi composta em 1926. De 1930 a 1932 Nino Rota viveu nos Estados Unidos e ganhou uma bolsa de estudos para estudar no Instituto Curtis de Filadélfia, onde frequentou aulas de composição com Rosario Scalero e aulas de regência de orquestra com Fritz Reiner. Ao retornar à Itália recebeu o grau em Literatura pela Universidade de Milão. Em 1937 iniciou uma carreira como docente que o levou à direção do Conservatório Bari em 1952, função que desempenhou até sua morte em 1979. Romeu e Julieta - A terceira obra a ser aprestada encerra o concerto, “Romeu e Julieta - Suite No. 02, Opus 64”, de Sergei Prokofiev. São trechos do famoso balé, em 3 atos escrito no ano de 1935, baseado no texto de William Shakespeare e que foi apresentado pelo Balé Teatro Guaíra e a Orquestra no ano passado, com muito sucesso. Serão apresentados seis movimentos: 1) Montequios e Capuletos (A introdução corresponde ao número 7 do primeiro ato); 2) Julieta menina (extraído do segundo quadro do primeiro ato); 3) Frei Lourenço (originado do segundo ato, quarto quadro); 4) Dança (versão abreviada da dança dos casais do segundo ato, terceiro quadro); 5) Romeu e Julieta antes de sua separação (reúne várias cenas do sexto e oitavo quadros); 6) Dança das jovens das Antilhas (o ballet indica moças com lírios do oitavo quadro) e 7) Romeu no túmulo de Julieta (este movimento apresenta o enterro de Julieta, penúltimo número do ballet). A grande dramaticidade das lamentações é a marca desta passagem, que encerra com a morte de Julieta. Serviço: Concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná. Dia 8 de abril, às 20h30, no Guairão. Regência: maestro Gustavo Plis-Sternberg. Solista: pianista Andrea Bacchetti. Repertório: “Concerto “Soirèe” para piano e orquestra”, de Nino Rota; “Abertura festiva, Op. 96”, de Dimitri Shostakovitch e “Romeu e Julieta - Suite No. 02, Opus 64”, de Sergei Prokofiev. Ingressos: R$ 20,00, (platéia) R$ 10,00 (balcões), (para compra antecipada) e R$ 30,00 (platéia) e R$ 20,00 (balcões), com desconto de 50% para portadores do Cartão Teatro Guaíra.

GALERIA DE IMAGENS