Os moradores do município de Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), conheceram nesta quinta-feira (26) os projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que serão implantados no local com verbas dos governos federal, estadual e município. Os investimentos previstos são de R$ 15,6 milhões, sendo que deste total perto de R$ 3 milhões são da contrapartida do Governo do Paraná. Cerca de 700 pessoas participaram do evento. Os investimentos são destinados a dar posse de terra a 42 moradores, a reassentar 468 famílias que moram em áreas de risco e a reurbanizar o território, além de um intenso Plano de Recuperação Ambiental e Urbanização do município, onde está localizada a Área de Proteção Ambiental (APA) do Passaúna, rio que constitui a bacia secundária do Alto Iguaçu, importante para abastecimento de água da RMC. “Reunimos a população aqui para explicar o que irá acontecer e dizer que ninguém terá que sair de suas casas enquanto as novas casas não forem concluídas”, explicou o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca. Greca detalhou à população presente o projeto de resgate social das famílias em área de risco no Jardim Cecília, no Jardim Boa Vista e no Morro da Formiga. “Este projeto faz parte da reengenharia da região metropolitana. Eu que cuidei de Curitiba do lado de dentro, agora estou cuidando pelas bordas e tendo a alegria de aplicar um amplo programa de justiça social e de melhoria de vida para o povo que mais precisa”, enfatizou. Ele ainda enfatizou que todo espaço mal ocupado acaba sendo ocupado pelo mal. “A felicidade do povo vai brotar com a mudança das atuais áreas de risco para bairros novos, bonitos, seguros e bem planejados pela Cohapar”, argumentou Greca. A reunião técnica foi realizada no Ginásio de Esportes Himério Lugarine, no Jardim Cecília, e contou também com a presença do diretor de Relações Institucionais e Comunitária da Cohapar, João Arruda, do prefeito do município, Rilton Boza, do deputado federal Rodrigo Rocha Loures, além de outras autoridades locais e representantes de órgãos estaduais envolvidos no projeto. Segundo o prefeito Rilton Boza, a implantação do projeto significa a melhoria na qualidade de vida dos moradores do município, e também do meio ambiente da região. “Além de deixar estas pessoas em condição digna de moradia, saindo de área de risco, este projeto também vai recuperar a área ambiental”, disse. “O mais importante é que estas pessoas serão realocadas para áreas no próprio bairro”, explicou. O deputado federal Rodrigo Rocha Loures disse que o Plano de Aceleração do Crescimento é uma revolução para o País. “O PAC está revolucionando o Brasil com obras em 5 mil dos 5.564 municípios brasileiros e aqui no Paraná não é diferente. Aqui estamos fazendo justiça, fazendo com que haja um trabalho que combina recursos das três esferas de governo. Ganha a comunidade, ganha o Paraná e ganha o Brasil”, afirmou. “Estamos retirando estas famílias de área de risco e excluindo a possibilidade destas pessoas sofrerem problemas por falta de moradia ou por terem moradia precária”, ressaltou O diretor de Relações Institucionais e Comunitárias, João Arruda, afirmou que a idéia é ampliar o atendimento do governo do Estado no município. “Campo Magro é uma região que tem déficit habitacional muito grande e também sofre com a pobreza, e por isso precisa de atendimento especial por parte dos governos. É por este motivo que temos ações pontuais que formam um grande planejamento para Campo Magro, a longo prazo”, explicou. CAMPO MAGRO – Em Campo Magro está localizada a Área de Proteção Ambiental (APA) do Passaúna, rio que constitui a bacia secundária do Alto Iguaçu, importante para abastecimento de água da Região Metropolitana de Curitiba. A estimativa é a de que a população do município seja aproximadamente de 25 mil habitantes, sendo que 20,6 mil em área urbana e outras 4,4 mil em áreas rurais. Assim como outros municípios da RMC, Campo Magro sofre com as ocupações irregulares em áreas de manancial, processo que implica em sérios riscos para a manutenção dos atuais mananciais de abastecimento e tem comprometido a infra-estrutura instalada para captação da água. Para conter este processo, o governo do Paraná irá intervir em sete áreas de invasão localizadas no Jardim Cecília/Boa Vista, que contribuem diretamente para a degradação do Rio Passaúna. A estimativa é que lá vivam cerca de 430 famílias. De acordo com diagnóstico levantando, grande parte das áreas de intervenção são inadequadas para ocupação urbana já que se encontra em faixa de preservação permanente dos rios e em área de risco. Ainda segundo o diagnóstico levantado pela Cohapar em parceria com a Prefeitura Municipal de Campo Magro, entre os principais problemas existentes no local estão a carência de rede de esgoto, subabitações, ligações clandestinas de água e energia elétrica, valas a céu aberto e lixos depositados em lugares inadequados, configurando a insalubridade coloca as famílias em situação de risco à vida e de saúde. A proposta do governo do Paraná é a de que seja realizada a recuperação ambiental das áreas degradadas nas margens do Ribeirão Custódio, Rio Passaúna, Rio Bambeca e nas áreas de restrição a ocupação, com o plantio de mudas de árvores, flores e arbustos. Também nestas áreas, a previsão é a de que sejam instalados os parques Beira Rio, dotados de canchas de areia, parques infantis com brinquedos, quiosques com mesas e bancos, ciclovias, lixeiras, iluminação e equipamentos comunitários - definidos de acordo com a carência da população. Também serão realizadas intervenções físicas com a implantação e adequação de rede de energia elétrica, abastecimento e coleta de esgoto, também asfalto e galerias pluviais e construção de novas moradias. Desta maneira, o projeto prevê que 388 famílias sejam realocadas para novas áreas e apenas 42 permaneçam em suas casas que serão regularizadas. As famílias realocadas irão para novas casas, financiadas pelo governo do Paraná, em parceria com o Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades e Caixa Econômica Federal. As habitações serão construídas em alvenaria com área de 40 metros quadrados, com sala, cozinha, banheiro e dois quartos, já dotadas de toda infra-estrutura urbana básica.