Pintando a Liberdade: presos podem voltar a produzir material esportivo


Programa do Ministério dos Esportes reduz penas de detentos e também distribui o material para as escolas públicas
Publicação
03/07/2009 - 17:06
Editoria
O programa Pintando a Liberdade, do Ministério do Esporte, pode voltar a funcionar no Paraná, ainda este ano, em parceria com a Paraná Esporte e Secretaria de Justiça. A informação foi dada pelo diretor-presidente da Paraná Esporte, Marco Aurélio Saldanha Rocha, que esteve em Brasília para tratar dessa possibilidade. “Volto entusiasmado achando que temos grandes chances de resgatar o Pintando a Liberdade no Paraná”, comunicou Marcou Aurélio, nessa sexta-feira (3). Para o diretor-presidente da Paraná Esporte a sua ida ao Ministério do Esporte para tentar retomar o programa Pintando a Liberdade, depois de dois anos interrompido, mostra a importância de suas ações para o Estado. “A contrapartida do Estado é um investimento que fica no Paraná mesmo, trazendo benefícios para vários projetos. Precisamos dessa ação novamente”, torce Marco Aurélio, sem apontar os motivos da suspensão da parceria pela administração anterior. Programa – O programa Pintando a Liberdade busca ressocialização e a profissionalização de detentos por meio do trabalho, na maioria dos estados. Os presos produzem materiais esportivos como bolas, redes, camisas, calções, bonés e sacolas. Eles recebem por produção e, a cada três dias trabalhados, têm um dia abatido na pena. O material é distribuído para escolas públicas e programas sociais, como o Segundo Tempo, que continua em funcionamento no Paraná. No ano passado, 12,7 mil detentos produziram 1.562.360 itens esportivos, em 73 unidades penitenciárias. Um dos materiais produzidos pelos detentos foi para os Jogos Paraolímpicos de Pequim: a bola de futebol com guizo para deficientes visuais. Foi a única utilizada na competição de Futebol de Cinco na China. Paraná – No Paraná, na parceria com a Paraná Esporte, até 2006, os locais de produção eram o presídio do Ahú, hoje desativado, a Colônia Penal Agrícola e as penitenciárias para homens e mulheres em Piraquara. Na mesma proporção do investimento, 75% pela União e 25% pelo Estado, era distribuído o material produzido, como bolas, mesas de pingue-pongue e uniformes (camisetas, calções, bonés e bolsas). “As bolas de futebol, futsal e handebol eram tão boas que foram utilizadas nos Jogos Colegiais e Jogos da Juventude”, lembra Luís Fernando Olivo, coordenador do programa no Paraná. Hoje, o programa funciona só no presídio de segurança máxima de Catanduvas, mas em convênio direto entre os Ministérios do Esporte e da Justiça.